Açoriano Oriental
PCP/Açores discorda da solução encontrada para o Banif
O deputado do PCP ao Parlamento dos Açores, Aníbal Pires, manifestou hoje discordância face à solução encontrada para o Banif, considerando que o banco devia ter sido integrado na Caixa Geral de Depósitos, em vez de vendido ao Santander.
PCP/Açores discorda da solução encontrada para o Banif

Autor: Lusa/AO Online

A opinião foi manifestada numa declaração política apresentada na Assembleia Legislativa dos Açores, na Horta, ilha do Faial, pelo parlamentar comunista, que lembrou que a solução de vender os ativos do Banif por 150 milhões de euros é, "em tudo, idêntica à do BES", porque deixa outros 750 milhões de euros do erário público para eventuais imparidades.

"Se a integração fosse no banco público, a Caixa Geral de Depósitos, quer os interesses das regiões autónomas, quer os interesses dos depositantes e dos investidores teriam ficado igualmente garantidos", insistiu Aníbal Pires.

Na sua opinião, a venda do Banif "fere os interesses nacionais", além de deixar claro que o PS, tal como o PSD e CDS-PP, "continuam a cumprir fielmente as políticas económicas e financeiras da União Europeia", cujos efeitos têm sido "nefastos" para Portugal.

Berto Messias, líder parlamentar do PS, considerou, por seu lado, que a venda do Banif ao Santander foi a melhor solução possível, dentro do pouco espaço de tempo que o novo Governo da República teve para resolver o assunto.

"É, quanto a nós, a solução possível e uma solução que resulta da incúria e da displicência do anterior Governo da República do PSD e do CDS-PP", acusou o parlamentar socialista.

António Marinho, do PSD, defendeu, contudo, que é prematuro concluir que esta foi a melhor solução para o Banif, apelando ao Governo dos Açores para que esteja "atento" ao futuro dos depositantes do banco aos balcões existentes nos Açores e aos seus funcionários.

"Esperemos que o Governo da região, que tem especiais responsabilidades neste domínio, faça este acompanhamento, também de uma forma muito próxima, e que não deixe que este processo possa vir a refletir-se negativamente na economia dos Açores", sublinhou António Marinho.

Opinião idêntica tem Paulo Estevão, do PPM, que recordou que até a nível nacional os socialistas já levantam dúvidas sobre esta opção.

"Eu penso que há aqui uma precipitação do PS, quando tira as suas conclusões, porque até a nível nacional, no PS, há quem já comece a suspeitar das circunstâncias em que decorreu este negócio", notou o parlamentar monárquico.

O vice-presidente do Governo Regional, Sérgio Ávila, elogiou a atitude do primeiro-ministro, António Costa, que garante ter salvaguardado os interesses dos Açores e da Madeira nesta matéria.

"A coragem que teve de assumir um encargo para o país, que tinha como contrapartida, se não fosse assumido, um custo que se repercutia essencialmente nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira", recordou o governante.

Artur Lima, deputado do CDS-PP, não tem, no entanto, o mesmo entendimento, e lamenta que os socialistas tenham vendido o Banif ao capital estrangeiro.

"O anterior Governo manteve o Banif na esfera portuguesa durante quatro anos. Os senhores, num mês, deram o banco aos espanhóis, a diferença é só essa", apontou o parlamentar centrista.

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