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Passos insiste na "ambição" de cumprir memorando
O primeiro-ministro afirmou hoje que Portugal deve ter a "ambição" de cumprir as metas acordadas com os credores internacionais e que seguir "outro rumo", como pede a oposição, seria "sinónimo de fracasso".
Passos insiste na "ambição" de cumprir memorando

Autor: LUSA/AOnline

“Levaremos este programa de mudança até ao fim e com ambição precisamente porque queremos concluí-lo tão rapidamente quanto for possível, porque queremos os resultados da inversão da situação do país, porque não queremos ficar entregues a dez ou vinte anos de estagnação e de desespero. Só executando este programa com ambição é que poderemos estar à altura das nossas legítimas aspirações”, disse Pedro Passos Coelho.

O primeiro-ministro, que falava no encerramento da Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide, acrescentou que “talvez noutras circunstâncias menos difíceis houvesse outras abordagens com iguais probabilidades de sucesso”.

“Mas não certamente nas atuais circunstâncias. Nestas circunstâncias, um outro rumo não é senão uma confissão de derrota e sinónimo de fracasso”, afirmou.

Passos Coelho reconheceu que o “programa de mudança” do país acordado com a ‘troika’ do Fundo Monetário Internacional, do Banco Central Europeu e da Comissão Europeia, “é muito exigente”,sobretudo quando há um “agravamento da incerteza e do abrandamento económico na Europa”, o que “redobra as dificuldades”.

“Mas um programa de mudança deste tipo ou é abordado e executado com determinação e audácia, ou então falha. Foi isso que fizemos e é isso que continuaremos a fazer. Somos ambiciosos nos objetivos que traçamos e nas metas que colocamos. É assim que tem de ser. Hesitações, titubeações, temores e inseguranças em cada momento de incerteza são a receita mais certa para o fracasso”, insistiu.

Assim, para o primeiro-ministro, “qualquer ajustamento ou afinação só é aceitável se for enquadrado por esta ambição que implica a conciliação de todos os grandes objetivos” estabelecidos no memorando de entendimento com os credores internacionais e no programa de Governo.

Passos Coelho sublinhou que Portugal demonstrou, neste último ano de ajustamento, que tem “capacidade” para cumprir o acordo e de “controlar “ os seus problemas e de “iniciar o processo de os resolver definitivamente”.

O primeiro-ministro reconheceu que houve e há “custos imediatos terríveis” e “resultados negativos”, como os “efeitos pesados no emprego” ou “a dor social”. Aspetos a que, sublinhou, o Governo tem dado atenção e aos quais tem tentado responder, enunciando a seguir algumas medidas adotadas pelo Executivo relacionadas com o Trabalho e a segurança e a proteção social.

No entanto, insistiu, os “parceiros externos” têm reconhecido “amplamente” que Portugal está hoje “mais próximo de vencer as dificuldades do que há um ano e, naquilo que é essencial e importante”, tem “cumprido e dado sentido aos sacrifícios e esforços dos portugueses, que estão a valer a pena”.

No final desta intervenção em Castelo de Vide, o primeiro-ministro foi questionado pelos jornalistas sobre a avaliação da execução do programa de ajustamento pela ‘troika’, que está em curso, e declarações do Presidente da República também sobre o memorando de entendimento.

Passos Coelho disse que não pode fazer declarações enquanto decorre esta avaliação e, em relação ao Presidente da República, afirmou: “A última coisa que faria hoje aqui era comentar o senhor Presidente da República, com quem me devo encontrar amanhã [terça-feira] para retomarmos o nosso trabalho habitual”.

Antes, à chegada ao cine-teatro de Castelo de Vide, onde decorreu o encerramento da Universidade de Verão do PSD, Passos Coelho, apesar de a entrada do espaço ter sido protegida não permitindo a aproximação dos jornalistas e de outras pessoas que o aguardavam, respondeu a um homem que lhe perguntou se iria anunciar nova subida de impostos hoje.

Passos Coelho disse-lhe que não, que aquele não era “o local adequado para esse tipo de intervenção”.

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