Açoriano Oriental
Partidos vão confrontar primeiro-ministro com fogos e "falhanço do Estado"

As bancadas do PSD, PCP e Verdes escolheram para o debate quinzenal temas diretamente relacionados com a nova vaga de incêndios do fim de semana que provocaram pelo menos 41 mortos.

Partidos vão confrontar primeiro-ministro com fogos e "falhanço do Estado"

Autor: Lusa/AO online

O PSD escolheu como tema para o debate quinzenal com o primeiro-ministro, António Costa, "o falhanço do Estado", o PCP "prevenção e resposta aos problemas dos fogos florestais", além de questões económicas e sociais, e o PEV "questões relacionadas com o drama dos fogos florestais".

O PS, que abrirá o debate, indicou "questões sociais e económicas" como tema, o BE optou pelas "políticas sociais, economia e relações internacionais" e o CDS pelas "políticas de soberania, sociais e económicas".

O debate quinzenal com António Costa acontece um dia depois de os democratas-cristãos terem anunciado que vão apresentar uma moção de censura ao Governo em resultado dos incêndios e devido à falha em "cumprir a função mais básica do Estado: proteger as pessoas".

O texto será entregue a partir de quarta-feira no parlamento, o que 'atira' o debate da moção de censura - a primeira ao Governo de António Costa - para a próxima semana.

Hoje de manhã, os grupos parlamentares de PSD e CDS-PP opuseram-se à alteração da agenda parlamentar que incluía o debate quinzenal com o primeiro-ministro, na quarta-feira, segundo de três dias de luto nacional pelas vítimas dos incêndios florestais.

PS, BE, PCP e PEV defenderam em conferência de líderes parlamentares alguns reajustamentos na agenda do parlamento, nomeadamente uma eventual sessão evocativa, como tem sido tradição na Assembleia da República, mas sociais-democratas e democratas-cristãos quiseram ter a oportunidade de confrontar o primeiro-ministro em sessão plenária, mantendo-se assim a realização do debate com a presença de António Costa.

As centenas de incêndios que deflagraram, no domingo, no Norte e Centro de Portugal, o pior dia de fogos do ano, segundo as autoridades, provocaram pelo menos 41 mortos e 71 feridos, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no verão, um fogo que alastrou a outros municípios e que provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.

Ao debate quinzenal, seguir-se-á o debate com António Costa preparatório do Conselho Europeu de quinta e sexta-feira, em Bruxelas.

Sobre esta reunião, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, afirmou que Portugal defende que o Conselho Europeu dê um "sinal político de empenhamento" da União Europeia a 27 e do Reino Unido em avançar com as negociações do 'Brexit'.

Em declarações aos jornalistas à margem de uma reunião de chefes de diplomacia da UE, no Luxemburgo, Augusto Santos Silva admitiu que todos esperam que o Conselho de quinta e sexta-feira constate que não houve progressos suficientes para avançar para a segunda fase das negociações com Londres (sobre o relacionamento futuro).

Todavia, considerou importante que, a par daquela constatação, haja um "sinal político" que encoraje as conversações.


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