Açoriano Oriental
Parlamento dos Açores faz minuto de silêncio e aprova voto de pesar
O parlamento dos Açores aprovou hoje um voto de pesar e respeitou um minuto de silêncio em memória do ex-chefe de Estado Mário Soares, que foi recordado pela presidente desta instituição como uma "personalidade incontornável" da democracia portuguesa.
Parlamento dos Açores faz minuto de silêncio e aprova voto de pesar

Autor: Lusa/AO Online

 

“Mário Soares é uma personalidade incontornável da democracia portuguesa e da História de Portugal do século XX. Foi um vigoroso defensor da liberdade, da pluralidade de opiniões e da democracia, conceitos estes que marcaram todo o seu pensamento e ação política”, afirmou Ana Luís, na leitura do voto de pesar, aprovado por unanimidade.

A presidente da Assembleia Legislativa dos Açores discursava na abertura da sessão plenária de janeiro, que termina na sexta-feira, na Horta, ilha do Faial.

Abordando o percurso político do antigo Presidente da República, Ana Luís referiu que Mário Soares “demonstrou sempre um forte empenho no aprofundamento da democracia e da descentralização em Portugal, defendendo-as como realidades potenciadoras da unidade e do desenvolvimento”.

A responsável lembrou, depois, as visitas que Mário Soares fez ao parlamento açoriano, assinalando que esteve, enquanto primeiro-ministro, “logo na sua sessão inaugural, a 04 de setembro de 1976”.

“Como Presidente da República, regressou à Assembleia Legislativa em 1986 para a sessão comemorativa do décimo aniversário da autonomia regional”, recordou, adiantando que em 1989 Mário Soares realizou uma visita de duas semanas pelas nove ilhas do arquipélago.

Mário Soares regressou no ano seguinte à região para a inauguração do edifício-sede do parlamento açoriano e, em 1995, esteve de novo na Assembleia Legislativa para a sessão solene comemorativa do primeiro centenário da promulgação do decreto de 02 de março de 1895, que instituiu a autonomia administrativa dos Açores.

Do voto de pesar, aplaudido por todas as bancadas, PS, PSD, CDS-PP, BE, PCP e PPM, que fizeram intervenções nas quais destacaram o legado do antigo chefe de Estado, será dado conhecimento ao Presidente da República, Assembleia da República, Governo, PS, Fundação Mário Soares e à família do ex-chefe de Estado.

Ao minuto de silêncio associaram-se o presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, e outros elementos do executivo presentes no plenário, tendo o secretário regional adjunto da Presidência para os Assuntos Parlamentares, Berto Messias, também feito uma declaração.

Esta sessão do parlamento açoriano esteve inicialmente agendada para a semana passada, mas a morte do ex-Presidente da República levou ao seu adiamento devido ao luto nacional, decisão que motivou críticas do PSD, CDS-PP e PPM, com este último partido a anunciar a apresentação de um recurso para o plenário.

O fundador do Partido Socialista, ex-primeiro-ministro e antigo Presidente da República Mário Soares morreu no dia 07 de janeiro, aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa.

Nascido a 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares, advogado, combateu a ditadura do Estado Novo e foi fundador e primeiro líder do PS.

Após a revolução do 25 de Abril de 1974, regressou do exílio em França e foi ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, tendo pedido a adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e assinado o respetivo tratado, em 1985.

Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.

 

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