Autor: Lusa/AO Online
O texto é um protesto "contra a decisão da TAP, e do Governo da República, enquanto seu acionista único" e sublinha que esta decisão tem "consequências na dinâmica económica da ilha e na operacionalidade da sua infraestrutura aeroportuária".
O documento, que será enviado ao primeiro-ministro e à administração da TAP, lamenta ainda que na privatização da ANA não se tenha assegurado a "ampliação da pista do aeroporto da Horta", na ilha do Faial, "com consequências na sua operacionalidade e segurança".
Este voto de protesto foi apresentado pelo PS e teve o apoio do PSD, PPM, CDS-PP, PCP e BE, tendo o CDS-PP optado pela abstenção.
No debate da iniciativa socialista, o deputado Costa Pereira, do PSD, disse que o seu partido apoia o conteúdo do voto de protesto, mas considerou-o "claramente parcial" por "razões partidárias".
Costa Pereira lembrou que o Faial vai ter menos ligações a Lisboa do que as atuais porque a operação da SATA não vai compensar totalmente a saída da TAP desta rota, decisão que condenou e na qual disse que tem responsabilidade o Governo Regional socialista, único acionista da transportadora aérea açoriana.
O deputado do PS Lúcio Rodrigues respondeu que a SATA "se chegou à frente" perante a saída da TAP e que a companhia açoriana vai cumprir aquilo que "disse que ia fazer".
O mesmo não se passa com a companhia aérea nacional, acrescentou, dizendo que a Secretaria de Estado dos Transportes havia afirmado que a TAP não abandonaria rotas nos Açores a partir do final deste mês, quando algumas ligações aéreas entre o arquipélago e o continente passam a estar liberalizadas e outras, como a do Faial, passam a ter novas obrigações de serviço público.
Quanto ao CDS-PP, disse preferir abster-se nesta "guerrilha" entre PSD e PS, responsabilizando os dois partidos pela saída da TAP de algumas rotas dos Açores, dizendo que a culpa é do modelo que vai entrar em vigor no final do mês.
Para do CDS-PP Graça Silveira, o novo modelo acabou, na prática, com as obrigações de serviço público em todas as rotas, pelo que a companhia aérea nacional deixou de se interessar por diversas operações.
A TAP anunciou também que vai deixar de voar para a ilha do Pico e que se manterá apenas nas rotas totalmente liberalizadas (São Miguel e Terceira).