Açoriano Oriental
Parlamento açoriano frisa "boa vontade" militar para reduzir dificuldades no uso civil das Lajes
Os deputados da Assembleia Legislativa dos Açores consideraram hoje que o Comandante da Zona Aérea dos Açores manifestou "boa vontade" para diminuir os constrangimentos ao uso civil da base das Lajes, na ilha Terceira.
Parlamento açoriano frisa "boa vontade" militar para reduzir dificuldades no uso civil das Lajes

Autor: Lusa/AO Online

 

O comandante foi ouvido hoje na Comissão de Política Geral da AL, na sequência de um pedido do grupo parlamentar do PS, mas a comissão entendeu que a audição não deveria ser aberta à comunicação social, tendo em conta a natureza militar e de Defesa das questões levantadas.

À saída, Rui Elvas escusou-se a responder às questões dos jornalistas, limitando-se a dizer que "o acesso civil sempre esteve facilitado" e que a audição "foi muito produtiva e esclarecedora".

No plenário de fevereiro, o grupo parlamentar do CDS-PP questionou o Governo Regional sobre os constrangimentos ao uso civil do aeroporto das Lajes, alegando que a presença militar tem condicionado, por exemplo, as escalas técnicas, por "falta de bom senso" do comandante da Base Aérea n.º 4.

Segundo a deputada Graça Silveira (CDS-PP), o Comandante da Zona Aérea dos Açores manifestou "vontade de reajustar e reavaliar comportamentos" e já houve uma "evolução positiva", tendo em conta que os passageiros, nalgumas situações, poderão "permanecer nas aeronaves durante o abastecimento" nas escalas técnicas.

Também o deputado Luís Rendeiro (PSD) considerou que houve "boa vontade" do comandante para resolver estas questões, alegando que só o tempo poderá mostrar se as coisas vão mudar no futuro.

Francisco Coelho (PS) disse, igualmente, que o comandante manifestou "boa vontade" e entendeu ser tecnicamente possível, do ponto de vista operacional, uma utilização mista do aeroporto, "satisfatória para ambas as partes".

O líder do PSD/Açores, Duarte Freitas, disse, em junho de 2015, que a Força Aérea Portuguesa e a Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) estavam a negociar um protocolo para facilitar a utilização civil do aeroporto das Lajes.

Em fevereiro, o Ministro da Defesa considerou que o processo seria "moroso" e poderia demorar mais de dois anos, tempo em que foi acertado um protocolo semelhante na base de Beja.

Luís Rendeiro disse que o comandante confirmou que os procedimentos com vista à certificação para o uso civil da base das Lajes se iniciaram em 2014, acrescentando que, enquanto o PSD esteve no Governo da República, houve um conjunto de procedimentos que "foram postos em marcha e permitiram a resolução de alguns problemas", como a pavimentação da estrada circundante à pista e os entraves à construção do terminal de cargas do aeroporto.

Já Francisco Coelho salientou que o uso civil do aeroporto das Lajes foi iniciado na década de 1970 e que estas questões, que são de responsabilidade política, "têm demorado algum tempo a resolver".

Segundo o deputado socialista, é necessário um regulamento quadro desta situação e um conjunto de mini-acordos técnicos, mas é preciso ter em conta que muitos dos serviços do aeroporto são assegurados por militares portugueses e norte-americanos, como o controlo do tráfego aéreo e o serviço de bombeiros.

Nesse sentido, considerou que ser necessário que fique claro no acordo quem presta os serviços e com que nível de satisfação técnica.

 

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