Açoriano Oriental
Paralisação provoca cancelamentos de exames nos Açores

A greve dos trabalhadores da saúde está a provocar constrangimentos na realização de vários exames Hospital de Ponta Delgada, a maior unidade de saúde dos Açores, cancelando radiografias e ecografias, adiantaram utentes à Lusa.

Paralisação provoca cancelamentos de exames nos Açores

Autor: Lusa/AO Online

Vários utentes que se deslocaram hoje ao Hospital do Divino Espírito Santo, na ilha de São Miguel, para a realização de radiografias, acabaram por regressar a casa sem realizar os exames, devido à greve.

“Tinha um RX marcado para hoje, mas não o fiz. Foi cancelado por causa da greve”, disse à Lusa o utente João Pereira, acrescentando que o balcão para a realização de radiografias está encerrado.

Alcides Vieira lamentou também que a ecografia que tinha agendada para hoje tenha sido cancelada por causa da "falta de funcionários, devido à greve".

"Fiz a minha preparação prévia para realizar esta ecografia, para nada", apontou o utente, que se deslocou propositadamente dos Arrifes até a unidade de saúde em São Miguel.

Ao lado, a esposa comentava o caso de uma utente que veio propositadamente da ilha das Flores até São Miguel para realizar uma radiografia, que "acabou por ser cancelada".

Sorte diferente teve José Vieira que realizou as análises ao sangue, programadas para hoje, mas Maria Sofia não teve a mesma sorte.

"Faltei ao serviço para nada. A ecografia que ia realizar foi desmarcada", referiu, no exterior do Hospital, salientando que desconhecia que hoje os trabalhadores da saúde estavam em greve.

Paredes meias com o hospital, no Centro de Saúde de Ponta Delgada a greve não estava a afetar tanto os serviços daquela unidade, segundo constatou a Lusa.

A utente Maria Romão garantiu, por exemplo, que foi atendida pelo médico, enquanto Maria José afirmou que fez o seu tratamento.

Os trabalhadores dos hospitais, centros de saúde, INEM e outros organismos e serviços integrados no Serviço Nacional de Saúde iniciaram às 23:00 de hoje uma greve para exigir melhores “condições de trabalho e de vida”.

Os trabalhadores reivindicam a aplicação do horário de trabalho de 35 horas semanais, progressão de carreira, dignificação das carreiras da área da saúde, reforço de recursos humanos, pagamento de horas de trabalho extraordinário, e a aplicação do subsistema de saúde ADSE (para funcionários públicos) a todos os trabalhadores.

No pré-aviso de greve estão abrangidos os trabalhadores, exceto médicos e enfermeiros, que trabalham nos serviços tutelados pelo Ministério da Saúde, como os hospitais, que “sentem forte indignação pela degradação crescente das suas condições de trabalho”.


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