Açoriano Oriental
Organização europeia alerta para aumento significativo de sem-abrigo na Europa
A Federação Europeia de Organizações Nacionais que Trabalham com as Pessoas Sem-abrigo (Feantsa) alertou que há registo de um aumento significativo do fenómeno, na maior parte dos países europeus, e denuncia a falta de informação comparativa em Portugal.
Organização europeia alerta para aumento significativo de sem-abrigo na Europa

Autor: Lusa/AO Online

O alerta faz parte do mais recente relatório do Observatório Europeu sobre sem-abrigo, o grupo de investigação da Feantsa, onde foram publicados os dados mais recentes sobre a evolução do fenómeno das pessoas sem-abrigo na Europa.

Segundo a Feantsa, foram encontrados dados “preocupantes”, como um “forte aumento” do número de pessoas sem-abrigo na maioria dos países da União Europeia (UE), um aumento “impressionante” quando comparado com o lento aumento dos níveis globais de pobreza medidos pela UE.

A federação europeia alerta igualmente para o número crescente de jovens que se estão a tornar sem-abrigo, verificando, entre eles, uma “alta representação de mulheres”.

“Nos países onde há informação disponível, o aumento dos sem-abrigo chegou a ser de dois dígitos (44% na República Checa, 16% na Dinamarca, 50% na França, 21% na Alemanha, 17% na Holanda, 29% na Suécia) nos últimos anos”, denuncia a Feantsa.

Para a organização, isto deveria originar uma reação política através de uma estratégia mais ambiciosa com base no conhecimento do que é uma pessoa sem-abrigo, já que este fenómeno tem dinâmicas próprias e precisa de medidas especificas de combate.

De acordo com a Feantsa, o número de sem-abrigo aumentou em todos os países da Europa com exceção da Finlândia, onde têm sido tomadas medidas de combate ao fenómeno.

Em relação a Portugal, a organização aponta que têm sido feitos vários relatórios sobre pessoas sem-abrigo que não fazem referência entre si e que o mais importante relatório nacional foi levado a cabo pelo Instituto da Segurança Social (ISS) em 2009.

A Feantsa aponta que este relatório deveria ter sido o ponto de partida para a recolha contínua de informação e de um sistema de monitorização dentro da Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas Sem-abrigo, mas a recolha de informação não foi feita nos anos seguintes.

Segundo a organização, Portugal não tem dados nacionais disponíveis, além dos recolhidos no âmbito dos Censos.

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