Açoriano Oriental
Oitava edição no deserto sul-americano com Paulo Gonçalves favorito nas motos
A 38.ª edição do mítico rali todo o terreno Dakar arranca no sábado, pela oitava vez no deserto sul-americano, com o motard Paulo Gonçalves (Honda), vice-campeão, à procura de se tornar no primeiro português a vencer a prova
Oitava edição no deserto sul-americano com Paulo Gonçalves favorito nas motos

Autor: LUSA/AO online

Com a reforma do espanhol Marc Coma, agora diretor do Dakar, e a passagem do francês Cyril Despres para os carros, naqueles que foram os dois pilotos que repartiram o domínio da prova na última década, Gonçalves aparece na Argentina e na Bolívia como um dos favoritos ao triunfo.

“Nesta edição, o objetivo é a vitória. Sei que será muito difícil, pois nunca é fácil ganhar um Dakar. É algo que eu desejo muito, a equipa está coesa e trabalhámos imenso. Espero que seja o nosso ano. É a única vitória que me falta depois de muitos anos a competir”, afirmou o piloto luso, campeão mundial de todo-o-terreno em 2013, antes de partir para a América do Sul.

Com Gonçalves como chefe de equipa e também a experiência do espanhol Joan Barreda, a Honda tem este ano uma excelente oportunidade do por fim a um domínio de 14 anos da KTM, que deposita as suas esperanças no australiano Toby Price, terceiro classificado na última edição, no britânico Sam Sunderland e no espanhol Jordi Viladoms.

Naquela que será a sua 10.ª participação e sem nenhum campeão à partida, Hélder Rodrigues (Yamaha) espera ter uma palavra a dizer na luta pela vitória e chega ao deserto sul-americano com dois terceiros lugares, alcançados em 2011 e 2013.

“Confesso que estou feliz com todo o trabalho que desenvolvemos até agora. Vou lutar para obter bons resultados e acredito que posso alcançar uma boa classificação neste Dakar”, disse o piloto de 36 anos.

Nas motos, Rúben Faria (Husqvama), vice-campeão em 2013, Mário Patrão (KTM) e Pedro Biachi Prata (Honda) completam a participação portuguesa.

Nos carros, Carlos Sousa, em Mitsubishi, volta a ser o único piloto português, naquela que será a sua 15.ª participação, tendo alcançado um quarto lugar, em 2003, e dois quintos lugares, em 2001 e 2002.

Vencedor da última edição, Nasser Al-Attiyah (Mini) volta a encabeçar a lista de favoritos, mas o sul-africano Giniel De Villiers (Toyota), campeão em 2009, o francês Stephane Peterhansel (Peugeot), cinco vezes vencedor, o espanhol Carlos Sainz (Peugeot), vencedor em 2010, e o também espanhol Nani Roma (Mini), vencedor em 2014, prometem igualmente lutar pelo triunfo.

A oitava edição da prova em solo sul-americano parte de Buenos Aires, a 02 de janeiro, percorrendo um total de 9.300 quilómetros – dos quais 4.700 a 4.800 cronometrados -, até à chegada, a Rosário, no dia 16, mas sem passagem por alguns locais emblemáticos, no Chile e no Peru.

O Chile foi o primeiro a abdicar da prova, em consequência das inundações que provocaram grandes danos no norte do país, mas o Peru, que voltaria a receber o Dakar após dois anos de ausência, desistiu pouco depois, para se concentrar na gestão do risco motivado pelo fenómeno climatérico El Niño.

O Dakar de 2016 visitará pela terceira vez a Bolívia, onde a caravana terá de passar pelo salar de Uyuni, o maior deserto de sal do mundo, a mais de 3.500 metros de altitude, na mais extensa etapa da competição, com perto de 550 quilómetros.

A Argentina, o único país que marcou presença em todas as oito edições, será ainda ‘dominadora’ em 2016, recebendo o prólogo, o dia de descanso, a 10 de janeiro, em Salta, e falhando apenas uma etapa na sua totalidade, a sexta, precisamente, no salar de Uyuni.

Uma das atrações do Dakar de 2016 será a presença do piloto francês Sébastien Loeb, detentor de nove títulos mundiais de ralis, que se estreia na prova rainha de todo o terreno ao volante de um buggy Peugeot, que regressou em 2015, após 25 anos de ausência.

Depois do prólogo em Buenos Aires, a primeira etapa vai ligar Rosário e Villa Carlos Paz, num total de 662 quilómetros para os carros, 258 em especial, e 632 quilómetros para as motos, 227 cronometrados.

No total, estão 354 pilotos inscritos, 143 em motos, 110 em carros, 55 em camiões e 46 em quads.

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