Açoriano Oriental
Obras para construir incineradora em São Miguel devem arrancar dentro de um ano
As obras da central de valorização energética de São Miguel, nos Açores, adjudicadas por 64,6 milhões de euros, estão previstas iniciarem-se dentro de um ano, foi hoje anunciado.
Obras para construir incineradora em São Miguel devem arrancar dentro de um ano

Autor: Lusa/AO Online

 

“A Associação de Municípios da ilha de São Miguel (AMISM) e a Operações Municipais do Ambiente (MUSAMI) orgulham-se de terem uma solução global para o tratamento dos resíduos da ilha de São Miguel”, afirmou o presidente da AMISM, Ricardo Rodrigues, salientando que a decisão foi tomada por “unanimidade por todos os municípios” da maior ilha dos Açores.

Numa conferência de imprensa, Ricardo Rodrigues, que é também presidente da Câmara Municipal de Vila Franca do Campo, disse que a construção da incineradora foi adjudicada ao consórcio STEINMULLER BABCOCK Environment/CME, "a única proposta que correspondeu aos requisitos e condições do caderno de encargos" por 64,6 milhões de euros e um prazo de execução de 38 meses.

Ricardo Rodrigues acrescentou que "os outros dois concorrentes foram excluídos", um por "não ter apresentado o preço" e o segundo por não cumprir "os requisitos que o caderno de encargos previa para este concurso", considerando que "é natural" e "legítimo, a partir de agora", o recurso a tribunal por parte de "quem viu as suas expectativas goradas".

“Assim, hoje estamos em condições de dizer que adjudicamos uma central de valorização energética, mas também, e em simultâneo, vamos candidatar um pré-tratamento dos resíduos para aproveitar ao máximo toda a valorização que pudermos antes de incinerarmos”, salientou o presidente da AMISM, destacando que a decisão de adjudicar a incineradora surge na sequência de uma deliberação tomada em dezembro de 2016.

O autarca disse que "é a primeira vez que um sistema de valorização energética tem um pré-tratamento de resíduos", que será candidato a apoios comunitários, frisando que "os resíduos na ilha de são Miguel aumentaram 5% de 2015 para 2016", devido a "um aumento do número considerável de turistas".

Segundo o responsável, esta "é uma solução que se integra nos princípios da União Europeia, do país e da região no que diz respeito à boa valorização dos resíduos na ilha de São Miguel" e um projeto que "melhor garante o tratamento de resíduos de hoje e nos próximos trinta anos".

Ricardo Rodrigues adiantou ainda que durante o mês de maio será lançada a primeira pedra da fábrica de triagem, uma unidade fabril que fará a triagem dos resíduos valorizáveis, empreitada que está orçada em 2,8 milhões de euros.

Quanto à construção da incineradora, as obras só deverão avançar dentro de um ano.

A construção de uma incineradora em São Miguel tem sido alvo de muita contestação, tendo o presidente da AMISM salientado que “este debate” tem sido "salutar".

Questionado sobre uma eventual manifestação agendada para esta semana contra este processo, o presidente da AMISM desvalorizou a matéria.

“Para quê a manifestação? Temos que tratar os resíduos de forma sustentável”, referiu.

Nos Açores já existe uma incineradora em funcionamento, na ilha Terceira, e estações de Tratamento Mecânico e Biológico (TMB) em sete das nove ilhas.

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