Autor: Lusa/AO online
"Tem havido pouco critério seletivo no endividamento. Estamos às portas de novas regras do Sistema Nacional de Contabilidade Pública (SNCP), que vão permitir, precisamente, que o endividamento seja mais sustentado", afirmou o bastonário.
Questionado pela agência Lusa, Domingues Azevedo defendeu a contratação de endividamento pelas autarquias "desde que seja sustentado".
"Essa é a forma de darmos respostas às pessoas, mas tem de haver previsão das receitas e dos riscos que corremos com esse endividamento e é isso que não tem acontecido muitas vezes até agora", acrescentou.
Domingues Azevedo, que participou hoje na sessão de abertura da conferência "Os desafios à gestão autárquica", em Lisboa, disse que "tudo aponta para uma grande revolução" e que isso implicará um "grande desafio para as autarquias e para os técnicos oficiais de contas".
"Esta preocupação de gerir com continuidade e sustentabilidade, através da organização e elaboração de uma contabilidade que transmita a situação fiel e verdadeira do património das autarquias, é um grande desafio que se colocará às autarquias locais", sustentou.
O bastonário alertou ainda para a "pouca ênfase que se tem dado à discussão das contas" e "valorização das intenções".
"As intenções são atos que muitas vezes não correspondem à verdade. Não é possível haver transparência sem organização. Foi pela reflexão sobre a necessidade de transparência e de se iniciar uma nova era de organização administrativas que aceitámos participar neste debate", referiu.
A conferência "Os desafios à gestão autárquica" decorre ao longo do dia de hoje, no Centro de Congressos de Lisboa, um debate promovido pela Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, pelo Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA) e pela Universidade do Minho.