Açoriano Oriental
Negociações entre Delta Airlines e SATA podem permitir a passageiros dos EUA escolher ilha de destino

A secretária regional do Turismo dos Açores anunciou hoje que estão em curso negociações entre a Delta Airlines e a SATA para permitir aos passageiros oriundos dos Estados Unidos a escolha da ilha de destino nas viagens para o arquipélago

Negociações entre Delta Airlines e SATA podem permitir a passageiros dos EUA escolher ilha de destino

Autor: LUSA/AO online

"Posso dar nota de que há negociações em curso e que as mesmas estão a ser ultimadas, sendo objetivo da nossa empresa aérea regional [SATA], definir com a Delta acordos ‘interlines’ que assegurem que possam ser adquiridos bilhetes diretos para a ilha pretendida pelo passageiro", explicou Marta Guerreiro.

A governante falava no parlamento regional, onde hoje começou o plenário de outubro, em resposta à pergunta do deputado do PSD António Pedroso, no decurso da interpelação do PS, com maioria na Assembleia Legislativa, ao executivo açoriano sobre turismo.

O social-democrata António Pedroso disse que ao consultar a página na Internet da Delta Airlines, que em setembro anunciou o início da operação entre os Estados Unidos e os Açores em 2018, não encontrou nenhuma informação que permitisse aos passageiros oriundos da diáspora escolher a ilha de destino.

"Verificamos que, aparentemente, não foi acautelada a possibilidade das ligações dos voos Delta Airlines a todas as ilhas dos Açores, em voo corrido, ou seja, no mesmo bilhete aéreo", lamentou António Pedroso, considerando esta uma "oportunidade perdida" para a região.

Na interpelação, a secretária regional da Energia, Ambiente e Turismo destacou que o setor tem crescido exponencialmente e vive hoje "um dos melhores momentos da sua história", liderando mesmo os crescimentos de dormidas e de proveitos da hotelaria tradicional em comparação com as restantes regiões do país.

"O turismo dos Açores tem feito um caminho extraordinário, vivendo, atualmente, um dos melhores momentos da sua história, tendo assumido claramente uma identidade fortalecida com níveis de crescimento que nunca tinham sido verificados antes", salientou Marta Guerreiro.

A governante admitiu, contudo, que, em termos de qualificação, "há, ainda, um árduo trabalho para fazer", nomeadamente nos recursos humanos, quer por via da formação, quer por via da atualização de competências.

Os partidos da oposição não partilham do otimismo de Marta Guerreiro.

Artur Lima, da bancada do CDS-PP, referiu que o crescimento verificado no setor turístico nos Açores se deveu à iniciativa privada e não à intervenção do Governo Regional, acusando mesmo o executivo socialista de não ter estratégica para o setor.

Já António Lima, do Bloco de Esquerda, defendeu que grande parte do crescimento turístico verificado no arquipélago resulta de "abusos laborais" e de muitas "horas extraordinárias" dos trabalhadores ligados ao setor.

Por seu turno, João Paulo Corvelo, deputado do PCP, lamentou que o crescimento do turismo nos Açores assente na venda do destino "a preços de saldo" pelas companhias de baixo custo com a transportadora aérea açoriana SATA a subsidiá-las.

Francisco César, da bancada socialista, manifestou, por outro lado, preocupação com a excessiva "carga" que tem sido exercida pelo aumento da procura turística nalgumas zonas ambientalmente sensíveis, sobretudo em São Miguel, a maior ilha dos Açores.


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