Autor: Lusa/AO online
“O programa da NASA [agência espacial norte-americana] está concentrado há vários anos na deteção de pequenos asteróides e têm sido feitos progressos”, afirmou Lindsey Johnson, responsável pelo programa "Near-Earth Object Program Office" (NEOO), citado pela agência francesa AFP.
Segundo o responsável, “há dez anos não era possível detetar o 2012 DA14”, o asteróide de 45 metros de diâmetro que, na sexta-feira passada, passou a apenas 27.860 quilómetros de distância da Terra.
Lindsey Johnson recordou que estes corpos são numerosos nas imediações do planeta Terra – cerca de 500.000-, e difíceis de detetar devido às suas pequenas dimensões.
Sobre o meteorito que caiu, também na sexta-feira, na região dos montes Urais, na Rússia, outro responsável pelo programa NEOO, Paul Chodas, recordou que este tipo de fenómeno continua a ser raro.
“Um incidente desta magnitude ocorre em média uma vez em cada 100 anos”, sublinhou Chodas.
A NASA estima que antes de entrar na atmosfera sobre o território russo, o asteróide media 17 metros de diâmetro com uma massa de 10 toneladas.
O impacto dos fragmentos do meteorito, que acabaria por provocar mais de mil feridos, produziu uma explosão correspondente a cerca de 500.000 toneladas de TNT (trinitrotolueno).
Atualmente, o programa NEOO deteta e acompanha asteróides e cometas que circulam perto da Terra com a ajuda de telescópios terrestres e orbitais. Os cientistas calculam a massa destes corpos celestes e a respetiva órbita para determinar se representam um perigo.
O programa da agência espacial norte-americano conta com vários elementos, como por exemplo o rádio telescópico Arecibo, localizado no Porto Rico, que consegue através de uma antena de 305 metros de diâmetro detetar asteróides suficientemente grandes.
Apesar do contexto de contenção orçamental, a NASA quer desenvolver outros sistemas capazes de detetar especificamente pequenos corpos celestes.
A agência espacial norte-americana canalizou cinco milhões de dólares (3,7 milhões de euros) para um projeto da universidade do Hawai, intitulado Atlas (Asteroid Terrestrial-Impact Alert System), que vai conseguir detetar corpos celestes com 45 metros de diâmetro uma semana antes de um eventual impacto sobre a Terra.
Para asteróides com 150 metros de diâmetro, este sistema, que estará a funcionar em finais de 2015, conseguirá acionar um alerta com três semanas de antecedência.
Mas os esforços da NASA nesta área são considerados como insuficientes por vários cientistas e antigos astronautas da agência espacial norte-americana que lançaram, em 2012, um projeto que pretende financiar, construir e lançar o primeiro telescópio espacial privado para monitorizar asteróides e “proteger a humanidade”.
A fundação B612 pretende reunir cerca de 450 milhões de dólares para construir e ativar um telescópio espacial que estará em órbita em redor do Sol, a cerca de 273 milhões de quilómetros da Terra, para descobrir corpos celestes ainda não identificados.
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