Autor: Lusa/AO online
"É preciso avaliar se vale ou não vale a pena. Não sei se todos os consumidores que têm painéis [solares] fizeram as contas para ver se vale a pena e quanto tempo levará a recuperar o investimento", disse à Lusa o diretor-geral da Elecpor, João do Nascimento Baptista, a propósito do encontro com o tema "Expansão da Produção Distribuída e seus Reflexos na Regulação e na Estrutura Tarifária".
Em declarações à Lusa, o responsável da Elecpor explicou que a generalização da produção distribuída terá consequências na recuperação do investimento feito nas redes pelas empresas, afetando as tarifas de eletricidade.
"Se isto continua, o consumo a partir da rede elétrica diminui, porque uma parte não é tirada da rede elétrica, mas as redes, os ativos fixos, já lá estão e a recuperação do investimento precisa de ser feita. Ou há cuidado na regulação e na fixação dos preços ou vai onerar os consumidores que não instalam nenhum equipamento desses", declarou Nascimento Baptista.
A generalização da produção distribuída, que significa que um número crescente de consumidores se converte em produtores, é "um problema cada vez mais atual, que vai refletir-se no modelo de negócio das empresas elétricas".
A par da necessidade de regulamentar a produção distribuída, o responsável da Elecpor defendeu que os consumidores "devem fazer algumas contas para ver até que ponto vale ou não a pena instalar e que potência".
A Elecpor representa as cinco principais empresas nacionais do setor: EDA - Eletricidade dos Açores, EDP - Energias de Portugal, S.A, EEM - Eletricidade da Madeira, Tejo Energia, Produtora e Distribuidora de Energia Elétrica, Turbogás - Produtora Energética.