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"Não há serviço público sem empresa pública"
O líder do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu esta terça feira que o serviço público de rádio e de televisão exige a existência de uma empresa pública.
"Não há serviço público sem empresa pública"

Autor: Lusa/AO Online

 

"A defesa de um serviço rádio e televisão pressupõe e exige uma empresa de natureza pública. Não há serviço público sem empresa pública", disse o secretário-geral do partido comunista, no final de uma audição promovida pela PCP sobre o serviço público de rádio e de televisão, que decorreu na Assembleia da República.

Jerónimo de Sousa salientou que na Europa há "um enorme consenso" sobre a importância do serviço público ser assegurado por uma empresa de natureza pública, pelo que a intenção do Governo "vai ao arrepio da tendência internacional".

O líder do PCP reiterou que a televisão e rádio públicas são "património do povo português" e disse que os trabalhadores podem contar com o partido, no plano institucional, para a defesa dos seus direitos e do serviço público.

Lembrou que a RTP, no contexto europeu, até tem um custo baixo e destacou as medidas que vários governos foram aplicando à empresa, com limitações impostas, o que também teve impacto na situação financeira da empresa.

Criticou as "campanhas insidiosas contra os trabalhadores" que têm circulado da comunicação social.

Jerónimo de Sousa salientou que "a batalha não está perdida", ainda é possível inverter a situação, e apelou à necessidade de convergência de "todos os patriotas" na defesa do serviço público.

Anteriormente, o porta-voz da comissão de trabalhadores da RTP exigiu que o Governo dê a conhecer os seis modelos que diz estar a equacionar para a privatização da RTP.

“O senhor primeiro-ministro falou em seis cenários, nós queremos conhecer esses cenários”, afirmou Camilo Azevedo, durante a audição.

O representante dos trabalhadores da RTP reconheceu que a RTP “tem que mudar”, “especialmente no âmbito da sua programação”, na sua “matriz”, cujo pendor comercial “não faz sentido”; mas também na sua “estrutura gigantesca”, que deu argumentos a uma campanha mediática contra a estação pública neste “verão muito quente”, de acordo com Camilo Azevedo.

José Manuel Rosendo, membro da comissão de trabalhadores da RDP, interrogou o auditório sobre a razão de não existir em Portugal uma estação de rádio pública temática de informação, considerando que o modelo de integração da rádio pública na RTP fez com que a rádio ficasse “esquecida” e perdesse importância gradual.

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