Açoriano Oriental
Arménio Carlos avisa que "o povo está a perder o medo"
O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, garantiu no Terreiro do Paço, em Lisboa, que a manifestação de hoje foi a "maior jornada de luta dos últimos anos", organizada pela Intersindical Nacional.
Arménio Carlos avisa que "o povo está a perder o medo"

Autor: lusa/AO Online

 

Num palanque montado no Terreiro do Paç, que hoje é apelidado de "Terreiro do Povo", Arménio Carlos garantiu que o "povo está a perder o medo".

"Eles têm medo que o povo perca o medo. O povo está a perder o medo e a mostrar que quer ir para a frente, lutar pelo presente e salvaguaardar o futuro das gerações", defendeu.

Referindo várias lutas de empresas, o sindicalista avisou: se o Governo "não ouvir a bem, ouve a mal o povo, com a exigência da sua demissão e alteração de políticas".

Arménio Carlos reafirmou que a CGTP "não aceitará medidas de redução dos salários e pensões, nem um cêntimo que seja".

Para o dirigente da CGTP, está na "altura do capital pagar" e de os rendimentos do trabalho deixarem de ser a "galinha dos ovos de ouro"

Entre algumas das soluções apontadas pela Intersindical para a austeridade, Arménio Carlos falou num escalão acima dos 33 por cento que permitiria receitas de mil milhões de euros.

Outra alternativa é o aumento em 10 por cento dos rendimentos dos grandes accionistas das Sociedades Gestoras de Participações Sociais (SGPS), o que permitiria uma receita de 1.600 mil milhões de euros.

Perante um Terreiro de Paço com milhares de pessoas, Arménio Carlos falou ainda num reforço da fiscalização tributária para conseguir arrecadar 1100 milhões de euros.

A família Silva veio de Queluz para participar em mais uma manifestação, “pelo futuro dos filhos e pelo seu presente”.

A mãe chama-se Guida e é professora, o que foi facilmente reconhecível ao vestir uma t-shirt vermelha com a frase "Eu sou professor": “Estou aqui porque as condições estão cada vez piores e as pessoas estão a manifestar-se, porque estão a chegar ao limite”.

A filha Bárbara, aos 16 anos, já fala em emigrar porque “Portugal está muito mal”.

O filho mais novo, Diogo, tem 12 anos, e está hoje na manifestação porque quer “um futuro melhor”.

Nos Restauradores são visíveis, sobretudo, bandeiras dos sindicatos como o dos enfermeiros, dos professores da Grande Lisboa e da Comissão de Trabalhadores da RTP, entre outros.

Milhares de pessoas estão já concentradas entre os Restauradores, o Terreiro do Paço e o Campo das Cebolas, em Lisboa, para a manifestação convocada pela CGTP, para as 15:00 de hoje.

A CGTP acredita que esta poderá ser a maior manifestação dos últimos anos, apontando para a presença de muitos milhares de trabalhadores de todo o país no Terreiro do Paço.

Entre os Restauradores e o Terreiro do Paço estão a praça do Rossio e as ruas do Ouro, Augusta e da Prata, que também já contam com milhares de pessoas.

Trabalhadores de todo o país estão a chegar a Lisboa para participar na manifestação convocada pela CGTP, com o intuito de mostrar ao Governo o descontentamento dos portugueses perante as medidas de austeridade impostas, e para defender novas políticas de desenvolvimento para o país.

Só do distrito do Porto saíram mais de cem autocarros, com mais de 6.000 trabalhadores, com destino à manifestação nacional.

Vários movimentos sociais juntaram-se à manifestação de hoje, nomeadamente, os responsáveis pelo protesto de 15 de setembro - subscritores do apelo “Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas!” - e a Plataforma 15 de Outubro.

As forças de segurança também vão marcar presença no protesto através da Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança, que integra elementos da PSP, GNR, Polícia Marítima, Guardas Prisionais, Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.

A manifestação no Terreiro do Paço é precedida de um desfile, dos trabalhadores dos distritos de Lisboa e Setúbal, que parte da praça dos Restauradores.

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