Açoriano Oriental
Óbito
Morte de Saramago noticiada em todo o Mundo
A morte do escritor português e prémio Nobel da Literatura José Saramago, que hoje faleceu aos 87 anos, é destacada nas edições on-line de vários jornais internacionais, onde é lembrado como “a voz literária do seu país”.
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Autor: Lusa / AO online
As reacções a morte de José Saramago sugiram poucos horas após o anúncio do seu óbito nos sites noticiosos de todo o mundo, com a maioria a recordar a conquista do Prémio Nobel da Literatura em 1998, a sua filiação no Partido Comunista Português (PCP) e a sua condição de ateu crítico do Cristianismo.

A par dos portugueses, os sites noticiosos de Espanha, país onde o escritor vivia, foram os que deram maior destaque à morte de Saramago.

Duas horas depois de conhecido o seu óbito, o agregador de notícias Google News já listava mais de mil sites noticiosos de todo o Mundo com referências à morte do escritor.

A morte do escritor “emocionou Portugal”, noticia o espanhol El País, que refere que a “polémica acompanhou Saramago em várias etapas da sua vida literária, tanto pela sua obra como pela sua personalidade”.

O mesmo diário lembra que o escritor português residia em Lanzarote desde 1991, “como forma de protesto contra a decisão do Governo de Cavaco Silva de vetar o seu nome como candidato ao Prémio Literário Europeu”, devido à controversa obra “O evangelho segundo Jesus Cristo”.

A Reuters recorda também a polémica em torno deste romance, afirmando que Saramago ficou “debaixo de fogo do Vaticano” e “acusou o governo português de censura”.

Já o francês Liberation salienta que Saramago foi “o primeiro Prémio Nobel em língua portuguesa”. O Le Monde lembra-o como “um homem de esquerda, que nunca escondeu o seu cepticismo contra a construção europeia e lamentou a deriva liberal”.

Para o londrino The Guardian, Saramago foi o “melhor escritor português da sua geração”, alguém que conseguiu explorar “a identidade política conturbada de Portugal numa série de romances publicados ao longo de quatro décadas”.

O New York Times refere que o escritor “era conhecido quase tanto pelo seu inabalável comunismo como pela sua ficção”, enquanto o brasileiro Globo salienta que Saramago era um “céltico” e “pessimista” que “levantou sua voz por inúmeras vezes contra as injustiças, a Igreja e os grandes poderes económicos, que ele via como grandes doenças de seu tempo”.
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