Açoriano Oriental
Ministro da Defesa de Israel promete resposta dura aos protestos em Gaza

O ministro da Defesa israelita disse esta terça-feira que os militares não vão alterar a sua resposta dura aos protestos na faixa de Gaza, advertindo que os que se aproximarem da fronteira com Israel poem em risco as suas vidas.

Ministro da Defesa de Israel promete resposta dura aos protestos em Gaza

Autor: Lusa/AO online

Avigdor Lieberman falava perto de Gaza, onde 17 palestinianos foram mortos por fogo israelita na sexta-feira, o primeiro dia de protestos convocados pelo movimento radical Hamas e que devem durar mais de seis semanas.

Além dos 17 mortos, mais de 1.400 palestinianos ficarem feridos, 757 com tiros de balas reais, segundo o Ministério da Saúde em Gaza.

Lieberman e outros altos responsáveis israelitas foram acusados hoje pela organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch de apelarem ilegitimamente ao uso de fogo real contra manifestantes palestinianos que não representam uma ameaça.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, e a alta-representante da diplomacia europeia, Federica Mogherini, já exigiram um “inquérito independente” à utilização por Israel de balas reais, um pedido rapidamente rejeitado pelo Estado hebreu.

A Human Rights Watch disse que Israel não apresentou provas de que o arremesso de pedras ou outras formas de violência tenham ameaçado seriamente os soldados do outro lado da cerca de segurança que separa a faixa de Gaza do território israelita.

Responsáveis israelitas disseram que os soldados tinham ordens para atacar os “principais instigadores” e aqueles que se aproximassem da fronteira.

O exército israelita afirmou que dez dos palestinianos mortos tinham “passados terroristas” no seio do Hamas e de outros grupos como a Jihad Islâmica.

Outro grande protesto é esperado na sexta-feira e os organizadores parecem preparar-se para os próximos confrontos.

Nas redes sociais circulam planos para se queimar um grande número de pneus, para que o fumo negro bloqueie a visão dos atiradores israelitas. Outros sugeriram que se tente perturbar a visão dos soldados com espelhos.

Os protestos, designados “marcha do retorno”, visam exigir o “direito ao retorno” dos palestinianos, dos quais centenas de milhares foram expulsos das suas terras durante a guerra que se seguiu à criação de Israel, em 1948.

Dois terços dos cerca de dois milhões de habitantes da faixa de Gaza são descendentes de refugiados e a vida no enclave tem-se tornado cada vez mais difícil após mais de uma década de bloqueio israelita.

O fim do protesto está marcado para 15 de maio, o aniversário da criação de Israel, designado pelos palestinianos como ‘Nakba’ (catástrofe).


PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados