Açoriano Oriental
Militantes do PSD fazem centenas de quilómetros para ouvir Rui Rio

Várias centenas de quilómetros separavam alguns militantes do 37º. Congresso Nacional do PSD, que decorre em Lisboa, mas nem assim os desencorajaram de ouvir o discurso do presidente eleito, Rui Rio, de quem esperam uma liderança forte.

Militantes do PSD fazem centenas de quilómetros para ouvir Rui Rio

Autor: Lusa/AO online

Ester Amorim é um dos cerca de 950 delegados que irão passar pelo Centro de Congressos de Lisboa até domingo.

Proveniente da Guarda, a delegada de 58 anos e militante desde os anos de 1980, espera que a liderança de Rui Rio seja pautada por uma renovação.

“Ele é uma pessoa inteligente, ele sabe, é bom estratega, e portanto penso que tem todas as condições de levar o partido para a frente”, advogou, acrescentando que por isso Rio “será um bom presidente”.

Apontando que “as pessoas estão um bocado desiludidas”, e que o partido “está desagregado”, Ester Amorim considera que o antigo presidente da Câmara Municipal do Porto “tem condições para poder unir” o PSD de novo.

Outro dos militantes que partiu do Norte é o jovem Carlos Miranda. Aos 26 anos, já leva quase uma década de militância, e por isso fez a viagem de Amarante até à capital para assistir à despedida do líder cessante, Pedro Passos Coelho, e à consagração do novo presidente.

Em declarações à agência Lusa, o amarantino mostrou-se esperançoso em que o novo líder “permita ao PSD ter condições para disputar as próximas eleições legislativas com o Partido Socialista, e conseguir a vitória”.

Porém, se isso não acontecer, Carlos Miranda não considera que seja motivo suficiente para a mudança de líder, mas observa que essa questão só deve ser analisada após o sufrágio.

“Depois do resultado eleitoral lá se verá realmente qual é o futuro do PSD. Mas penso que não é por haver uma derrota que o líder necessariamente tenha que sair, dependerá da avaliação a fazer nessa altura”, precisou.

O jovem quer ainda que se mantenham os “princípios e valores” da era Passos, mas com “uma nova dinâmica, que permita também, junto das pessoas, que o PSD se volte a afirmar como o principal partido português”.

Também do distrito do Porto provém Inês Silva, de 24 anos.

A famalicense, militante há quatro anos e delegada social-democrata, também almeja uma “liderança forte, uma liderança focada nos interesses do país”, e que “una o partido e que seja capaz de cativar toda a gente”.

Quanto ao futuro, Inês aponta que “na política não há impossíveis”, e acredita na vitória nas próximas legislativas, que serão disputadas em 2019.

Ainda que o cenário acabe por não ser esse, a jovem concorda que Rui Rio “tem condições para continuar” à frente dos destinos do PSD, pois “é possível fazer uma oposição forte se isso acontecer”.

Outro dos militantes ouvidos pela agência Lusa foi o deputado José Silvano, eleito pelo círculo de Bragança, para quem o novo líder se apresentou na sexta-feira ao congresso com “objetividade e humildade”.

Apesar de manifestar o desejo de que Rui Rio seja o próximo primeiro-ministro, a sua saída irá depender “do resultado da votação”.

“Agora, o PSD também tem de se deixar de mudar de líder de cada vez que tem um mau resultado, porque acho que o líder só se consolida com tempo, e é preciso dar tempo. E eu acho que este líder, se tiver tempo, pode ganhar o país”, advogou o deputado.

O 37.º Congresso do PSD decorre até domingo no Centro de Congressos de Lisboa, contando com cerca de 950 delegados inscritos, mais de 250 participantes e mais de mil observadores.


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