Açoriano Oriental
Milhares de pessoas contra orçamento à porta do Parlamento
Milhares de pessoas enchiam esta terça-feira às 11:30 locais as imediações da Assembleia da República, num protesto contra o Orçamento do Estado (OE) para 2013 que a maioria PSD-CDS/PP deverá aprovar no plenário.
Milhares de pessoas contra orçamento à porta do Parlamento

Autor: Lusa/AO online

Três marchas organizadas pela CGTP confluíram no largo frente à escadaria do edifício e o corpo da manifestação transbordou também para a rua de São Bento, calçada da Estrela e avenida D. Carlos I.

A mensagem nos cartazes e palavras de ordem é clara: Não ao orçamento e oposição à política do Governo.

Bernardete Francisco, cantoneira de limpeza da Câmara Municipal de Lisboa, em declarações à agência Lusa, defendeu que o Governo está a “destruir e a cortar tudo”, da saúde à educação, a mandar trabalhadores para o desemprego e a condenar pessoas idosas à morte.

“Por isso, só se pode votar contra este orçamento de um Governo imoral, que está no poleiro por causa do voto do povo e que agora está a destruí-lo”, afirmou.

Bernardete Francisco rejeita a tese de que “vivemos acima das nossas possibilidades” porque a ganhar 500 ou 600 euros por mês “não dá para isso, tem de se ter muita cautela para passar um mês e ainda ter dinheiro para comprar um bocado de feijão”.

Apesar de o orçamento ter aprovação garantida, as pessoas “têm o direito de se manifestar porque é isso que diz na nossa constituição e quando chegar a altura do voto têm de ver bem em quem o põem”, declarou.

Aludindo aos confrontos entre polícias e manifestantes no dia da última greve geral (14 novembro), Bernardete Francisco afirmou: “Deram mais atenção a umas pedrinhas do que àquilo que nos estão a tirar”.

“Têm pena das pedras, mas não têm pena de andarmos a morrer à mingua”, reforçou.

A cineasta Raquel Freire disse à Lusa que a partir do momento em que votem a favor do orçamento os deputados “deixam de ter legitimidade” para representar o povo.

“Este orçamento representa uma política criminosa, prejudica todos os portugueses e está a destruir o que esta sociedade tem de democrático, ou seja, os direitos sociais mais básicos”, lamentou.

“Nunca vi um Governo que tivesse tanto desrespeito pelo sacrifício tremendo que tantas pessoas estão a fazer”, referiu, defendendo que o executivo tem de se demitir, porque “vai fazer aprovar um orçamento que vai contra a Constituição” portuguesa.

Raquel Freire acrescentou que uma crise democrática “só se resolve com mais democracia”. Por isso, “é preciso fazer eleições e ouvir o povo”.

Todo o espaço em volta da Assembleia da República está vedado com grades, colocadas pela PSP, que tem no local um dispositivo visível de dezenas de agentes, colocados quer junto às grades, quer na escadaria do parlamento.

Sindicatos, professores, movimentos sociais, agricultores, reformados e estivadores concentram-se junto à Assembleia da República para contestar a aprovação final OE.

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