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Miguel Portas defende maior consumo de produtos açorianos
O cabeça-de-lista do Bloco de Esquerda (BE) às eleições europeias, Miguel Portas, defendeu esta terça-feira, nos Açores, o aumento do consumo interno de produtos regionais para “anular desvantagens” inerentes aos custos de transporte numa região ultraperiférica.
Miguel Portas defende maior consumo de produtos açorianos

Autor: Lusa/AO Online

“Bastava que as escolas básicas e secundárias, que têm cantinas, fossem obrigadas pelo governo regional a consumir produtos locais para, só isso, criar uma garantia para o pequeno agricultor”, afirmou Miguel Portas, em declarações aos jornalistas no final de uma reunião com o presidente da Federação Agrícola dos Açores.

Para Miguel Portas, é necessário “densificar os mercados locais” como forma de “diversificar a própria agricultura nos Açores”, criticando o facto de “73 por cento da economia agrícola no arquipélago estar centrada na vaca de leite”.

“Há um problema de equilíbrio entre a vaca de leite e a de carne”, afirmou o candidato do BE ao parlamento europeu, acrescentando que as assimetrias se estendem a outros produtos agrícolas.

Miguel Portas disse ainda que uma estratégia de diversificação “mais equilibrada e sustentável” não passa por defender as quotas leiteiras, já que estas vão terminar por decisão comunitária.

“A política de quotas vai desaparecer em 2014/2015. Qualquer estratégia assente numa política de quotas é uma estratégia potencialmente condenada ao fracasso”, disse Miguel Portas.

Nesse sentido, defendeu que os cinco anos que faltam para o fim das quotas devem ser aproveitados para implementar “políticas de transição, que salvaguardem o rendimento dos pequenos agricultores”.

Para o presidente da Federação Agrícola dos Açores, Jorge Rita, é importante que todos os candidatos a actos eleitorais falem “com quem tem conhecimentos empíricos das dificuldades”, alertando que existem “muitos políticos com ideias erradas sobre o que é a agricultura”.

“Existem alguns partidos que não têm o verdadeiro conhecimento do que é a agricultura na região, pelo que, vindo cá, obviamente, ficarão com uma visão totalmente diferente”, afirmou Jorge Rita, recordando que a agricultura representa 50 por cento da economia açoriana e dá emprego directo a 13 a 15 por cento da população.

Antes do encontro com os agricultores, Miguel Portas reuniu com o Sindicato Livre dos Pescadores, na vila piscatória de Rabo de Peixe, num encontro em que analisou as condições de trabalho desta classe.

Miguel Portas criticou o facto dos pescadores que recebem rendimento social de inserção não beneficiarem do fundo de pesca quando não vão para o mar.

O Fundo de Pesca resulta do desconto de 0,5 por cento do valor do pescado descarregado em lota por todos os pescadores e armadores.

“Não tem de ser incompatível. A filosofia desse fundo de pesca é apoiar os pescadores que não saem para o mar”, frisou Portas, que também abordou a questão da defesa da zona económica exclusiva com o sindicato dos pescadores.

A vista de Miguel Portas a S. Miguel termina hoje com um jantar com militantes na Ribeira Grande.

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