Autor: Lusa/AO Online
“Tem sido uma grande satisfação para toda a orquestra ver famílias inteiras virem aos concertos e como aplaudem tão intensamente”, disse o maestro à Lusa.
“É espantoso ter conseguido tanta gente para assistir aos concertos, e divulgar compositores portugueses como Joly Braga Santos e Eurico Carrapatoso, ao lado de compositores chineses [Liu Tian Hua e Zheng Lu & Ma Hongry] ou os que incluímos no programa como Saint-Saëns, Prokofiev ou Bártók”, acrescentou.
A Metropolitana iniciou a sua primeira digressão internacional a 29 de Dezembro em Xangai, tendo já tocado em Jiaxing, Xiaoshan, Huain, Suzhou, e Wujiang, onde se apresentou num pavilhão desportivo.
“Esta itinerância pela China insere-se no espírito da Metropolitana, que é um orquestra itinerante até porque não tem uma sala própria”, realçou Cesário Costa.
“Cada nova cidade obriga a um esforço de adaptação da orquestra a um novo público, a um novo espaço, a uma nova acústica, e a orquestra tem sabido corresponder muito bem e isso sente-se nos aplausos”, referiu.
No pavilhão desportivo em Wujiang, no passado domingo, foi necessário colocar no palco improvisado microfones amplificadores e dadas ordens expressas aos policias para que as portas que se abrissem durante o concerto fossem imediatamente fechadas de modo a garantir as melhores condições de audição.
A orquestra e as peças que toca são apresentadas por Jia Rui antes de cada concerto.
“A apresentação é pedagógica e quebramos barreiras quanto à ideia de um concerto tradicional, até porque, sendo muito atentos, os chineses parecem ser mais descontraídos”, disse.
Durante os concertos, habitualmente, o público não está em silêncio, comendo e conversando, mas demonstra paralelamente interesse nas peças que ouve.
Entre as favoritas estão “Good news from Beijing”, de Zheng Lu & Ma Hongry, Divertimento nº 1, de Braga Santos, e “A-ver-o-mar”, de Carrapatoso, além das peças executadas nos encores, designadamente a abertura da ópera “Carmen”, de Bizet, onde o público começa a acompanhar instantaneamente o ritmo da orquestra com palmas, a valsa “Danúbio azul”, ou a “Marcha de Radesrzky”.