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Saúde
Menos pessoas vacinaram-se contra a gripe na última época
A cobertura da vacinação contra a gripe sazonal registou um decréscimo na época 2011/2012, com 16,4 por cento da população portuguesa a vacinar-se, contra 17,5% na temporada anterior, revela um relatório do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge.
Menos pessoas vacinaram-se contra a gripe na última época

Autor: Lusa/AOonline

Nos principais grupos considerados prioritários para a vacinação, a cobertura vacinal foi de 43,4% nos indivíduos com 65 ou mais anos, uma diminuição de 4,9% em comparação com a época 2010/2011, mantendo-se assim a tendência decrescente iniciada na época de 2009/10.

O relatório salienta que esta estimativa “continua a representar, em termos absolutos, um recuo em relação ao objetivo intermédio estabelecido na World Health Assembly que apontava para 50% de vacinados neste grupo, em 2006”, um objetivo já tinha sido ultrapassado em 2006/2007 e mantido até à época 2009/10.

“A tendência de decréscimo iniciada na época 2009/10 deve ser considerada como um sinal relevante”, alerta o documento, defendendo a importância de um reforço da campanha de vacinação nas pessoas com mais de 65 anos e nos doentes crónicos.

Para os investigadores, a inversão desta tendência “é essencial tendo em vista a meta de 75% de cobertura para a época 2014/15, recomendada pelo Conselho Europeu em 2009”.

Segundo o relatório, 30,9% dos doentes que sofrem de uma doença crónica, que justifica a recomendação da vacina (doenças pulmonares, cardíacas, renais, hepáticas, diabetes, doenças neurodegenerativas, obesidade e cancro), vacinaram-se.

A vacinação foi feita fundamentalmente por indicação do médico de família (55,8%), uma percentagem que também tem vindo a diminuir relativamente ao valor calculado na época 2009/10 (70,3%).

A farmácia continuou a ser o local de maior aplicação da vacina, quer no total de vacinados (55,1%), quer nas pessoas com mais de 65 anos (57%), seguida do Centro de Saúde (21,2%).

As principais razões invocadas para a recusa da vacinação, relaciona-se com mecanismos de desvalorização/negação da importância da doença (55,2%), mesmo nos mais idosos (41,4%).

Sobre o fator que os levaria a mudar de atitude face à vacina, 34,9% indicaram que nada os faria optar pela vacinação, enquanto 34,6% afirmaram que apenas tomariam a vacina se um médico a recomendasse. O documento aponta ainda que 5,8% dos não vacinados declarou que se vacinaria se a vacina fosse gratuita.

A esmagadora maioria dos vacinados (97,6%) recebeu a vacina até final de novembro.

Os investigadores constataram que as pessoas com menor nível educacional vacinam-se mais (30,3%), assim como os indivíduos sem atividade laboral, cuja estimativa de cobertura vacinal foi de 21%.

A cobertura vacinal foi mais elevada na Região Lisboa e Vale do Tejo (19,1%) e mais baixa na Região do Algarve (13,4%).

Estes dados foram obtidos no estudo feito anualmente pelo INSA desde 1999, que tem como base a amostra ECOS (Em Casa Observamos Saúde), no qual se pretende estimar a cobertura da vacina antigripal sazonal. Na época 2011-2012, foi estudada uma amostra de 2.395 pessoas.

Esta época gripal, a vacina da gripe é distribuída gratuitamente nos centros de saúde a todas as pessoas com mais de 65 anos de idade, estando para este efeito disponíveis um 1,1 milhões de vacinas.

Esta medida vai custar ao Estado quatro milhões de euros, uma iniciativa que o ministro da Saúde, Paulo Macedo, justificou com a necessidade de aumentar a taxa de cobertura.

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