Açoriano Oriental
Menina espanhola com doença degenerativa incurável não vai ser mantida viva
Uma menina espanhola de 12 anos vítima de uma doença degenerativa incurável não vai ser mantida viva, com recurso a suporte artificial, após o combate por uma "morte digna" levado a cabo pelos pais.

Autor: Lusa/AO online

 

De acordo com o advogado do casal, após ter recusado a hipótese durante algum tempo, segunda-feira a equipa de médicos que acompanha a menina consentiu em interromper a sua alimentação artificial.

“Os médicos vão administrar um sedativo poderoso para que ela não sinta dor e garantir que estará minimamente hidratada para que a sedação faça efeito”, acrescentou o advogado, segundo o qual a partida da jovem "será doce e um pouco mais fácil do que a sua vida tem sido até agora".

A menina, de seu nome Andrea, enfrenta uma doença degenerativa irreversível desde os oito meses, e os pais apelaram para que a justiça espanhola se pronunciasse sobre a sua vontade de pôr fim à manutenção da vida em regime artificial, uma vez que o seu sofrimento estaria a ser inutilmente prolongado.

Em reação, em setembro, um comité de ética do Hospital Universitário de Santiago de Compostela recomendou a retirada da alimentação artificial, que fosse ministrada sedação paliativa e um tratamento com vista a diminuir o grau de consciência da doente, para amenizar as dores.

Todavia, a equipa pediátrica do hospital recusou-se a aplicar a sugestão, levando os pais de Andrea a mediatizar o caso.

"Durante 12 anos, a minha filha lutou como uma campeã, mas o seu corpo não aguenta continuar", implorou a mãe, Estela Ordonez, à estação de rádio privada Cadena Ser.

As declarações tiveram lugar após uma entrevista ao canal de televisão privado La Sexta, em que Estela Ordonez sustentou: "Isto não é eutanásia. Mas a minha filha chegou ao fim e não estão a deixá-la partir".

Em Espanha, o Código Penal proíbe a eutanásia ativa e o suicídio assistido, mas a lei sobre a autonomia do paciente (datada de 2002) permite que este decida livremente se aceita ou não o tratamento.

PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados