Açoriano Oriental
Menezes prevê que Sócrates «nem vai dormir» para responder ao Parlamento
O líder do PSD, Luís Filipe Menezes, disse na quinta-feira que o primeiro-ministro «nem vai dormir» em 2008, com a nova regra parlamentar que obrigará José Socrates a responder a perguntas de 15 em 15 dias.

Autor: Lusa/AO
"O PSD tem uma chance em 2009, se acreditar na sua força", afirmou Luís Filipe Menezes, numa intervenção no jantar de Natal do grupo parlamentar, que decorreu na noite de quinta-feira na Assembleia da República.

    Menezes exortou os sociais-democratas a "cerrar fileiras" para ganhar as legislativas de 2009, porque se o partido não derrotar Sócrates já nas próximas eleições, depois será "mais difícil".

    Se José Sócrates não for derrotado já em 2009, "será mais difícil em 2013 ou 2017", disse o líder social-democrata.

    "Ou cerramos fileiras agora ou depois de 2009 só nos restará andar pelos corredores a dizer mal uns dos outros", acrescentou, insistindo que se o PSD for "afirmativo" e não se preocupar com "as sondagens do dia seguinte", mas apenas "com o povo que está lá fora receptivo a ouvir", então o partido estará no "caminho certo".

    "O PSD tem todas as condições para vencer, mas não podemos ser os primeiros a atacarmo-nos a nós próprios", frisou, insistindo que o "PSD pode vencer em 2009 com um resultado robusto".

    Antes, Luís Filipe Menezes, tinha já definido o caminho que o partido deverá seguir, começando "paulatinamente", a partir de Janeiro, a construir um discurso alternativo no terreno.

    Contudo, continuou, "não seria sensato" apresentar já um programa de Governo, a dois anos de distância das legislativas.

    Numa intervenção que se prologou por uma hora, o líder social-democrata deixou ainda críticas ao primeiro-ministro, lamentando que Portugal tenha actualmente "o crescimento mais incipiente da Europa".

    A poucos dias do início de 2008, Luís Filipe Menezes deixou também a promessa de que não se irá descaracterizar, construindo uma "capa artificial para tapar os seus defeitos".

    "Assumo claramente os meus defeitos", sublinhou.

    Ainda acerca do próximo ano, o líder do PSD gracejou que irá começar o "martírio" de José Sócrates, que passará a deslocar-se ao plenário da Assembleia da República de 15 em 15 dias, por imposição do novo regimento do Parlamento.

    "Nem vai dormir", disse.

    Logo no início da sua intervenção, o líder social-democrata fez questão de salientar dois deputados - Pedro Santana Lopes e João Bosco Mota Amaral - "que romperam com as regras" e depois de todos os cargos que desempenharam são hoje parlamentares.

    Antes de Luís Filipe Menezes, o líder da bancada do PSD, Pedro Santana Lopes, usou igualmente da palavra, prometendo ao presidente do partido que o grupo parlamentar está disponível para "o combate muito tenaz" que será a segunda parte da legislatura e trabalhará para que, daqui a dois anos, ele possa chegar à chefia do Governo.

    "O tempo político passa muito depressa, estaremos atentos e firmemente no combate", disse, considerando que 2008 será o ano da "queda do mito do rigor e da capacidade de decidir" do Governo de maioria PS.
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