Açoriano Oriental
MAS quer contribuir para que PS perca maioria absolutista
O militante do Movimento Alternativa Socialista (MAS) Eduardo Pimentel Pereira é o cabeça de lista do partido por São Miguel às eleições regionais nos Açores, propondo-se contribuir para que o PS regional "perca a maioria absolutista e dinástica".

Autor: Lusa/AO Online

 

“Isto aqui é quase uma monarquia. Depois de 20 anos de governação regional do PSD, temos 20 anos de PS. E 20 anos no poder criam vícios. Todos dizem que vivemos no paraíso, mas aqui está tudo podre por baixo”, disse o candidato, de 56 anos, natural e residente em São Miguel, em declarações à agência Lusa, após ter entregue a lista no Tribunal de Ponta Delgada.

Eduardo Pimentel Pereira, que é também cabeça de lista pelo círculo de compensação, assegurou que, se for eleito, pretende fazer “uma oposição de esquerda real".

“Qualquer candidato do MAS às eleições tem a sua profissão. Nenhum de nós é político profissional. Se não formos eleitos, no outro dia temos o nosso emprego. O que já não acontece com aqueles que são considerados os grandes partidos, que fazem tudo para não perder o tacho. São políticos profissionais há 20, 30 e 40 anos”, alegou o candidato que trabalha na Junta de Freguesia de São Pedro num projeto de distribuição e recolha de alimentos a pessoas carenciadas.

Eduardo Pimentel Pereira disse que o MAS, que concorre pela primeira vez às eleições regionais, que se realizam a 16 de outubro nos Açores, “é o único partido de esquerda de oposição ao Governo da geringonça” e tem como objetivo "contribuir para que o PS regional perca a maioria absolutista e dinástica".

O MAS propõe "o aumento do salário mínimo regional para os 630 euros, e as 35 horas semanais tanto para o público como para o privado, o alargamento até aos três anos de idade da redução do horário dos progenitores para a amamentação ou aleitamento, como recomenda a Ordem dos Médicos, e a extensão do período de licença dos pais de dez dias facultativos para 30 dias".

“Discordamos e repudiamos qualquer tentativa legislativa, venha de onde vier, do cargo de presidente dos Açores ou da criação de governos de ilha. Somos contra o branqueamento das ideias”, sublinha uma nota do Movimento Alternativa Socialista.

O candidato admitiu que foi "complicado" constituir a lista, alegando que "as pessoas aceitam dar a cara e o nome e ao fim de 15 dias desistiram" com "o argumento de que ou trabalham numa Secretaria Regional ou trabalham numa Câmara ou Junta e depois têm medo de represálias".

Nas últimas eleições regionais, em 2012, o PS conquistou 31 dos 57 lugares do parlamento regional, enquanto o PSD, o maior partido na oposição, obteve 20 mandatos. O CDS-PP tem três deputados, enquanto BE, PCP e PPM conseguiram um mandato cada.

O círculo de São Miguel vai eleger no sufrágio de 16 de outubro 20 deputados, mais um do que em 2012.

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