Açoriano Oriental
Marcelo com Trump em defesa do reforço do eixo transatlântico

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vai ser recebido na quarta-feira pelo homólogo norte-americano, Donald Trump, encontro em que pretende reforçar o eixo transatlântico e o relacionamento com um país amigo, apesar de "eventuais divergências".

Marcelo com Trump em defesa do reforço do eixo transatlântico

Autor: AO/LUSA

Os dois chefes de Estado vão reunir-se na Casa Branca, em Washington, cerca das 14:00 horas locais (19:00 horas em Lisboa) e está previsto que façam declarações à comunicação social na Sala Oval, no início do encontro, sem direito a perguntas.

De acordo com a Casa Branca, Donald Trump e Marcelo Rebelo de Sousa terão uma conversa a sós, seguida de uma reunião bilateral alargada.

Pela parte portuguesa, fonte da Presidência da República disse à agência Lusa que "não são eventuais divergências que vão prejudicar a visita", porque "entre amigos nem sempre se está de acordo com tudo".

"Queremos ser uma voz junto dos Estados Unidos a favor do reforço do eixo transatlântico, seja a nível geopolítico, como também ao nível dos valores. A aproximação é boa para os dois países e para os dois povos", acrescentou a mesma fonte.

Em cima da mesa, no encontro com Trump, estará a tradicional agenda das relações bilaterais na área da segurança e defesa e "a centralidade geoestratégica do Atlântico", bem como novas parcerias "noutros domínios como ciência e tecnologia, as relações económicas e de investimento, a energia, a cibersegurança".

Na sexta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que no encontro com Trump serão abordados "temas comuns importantes que dizem respeito à pertença à NATO, ao envolvimento no Atlântico", bem como a "colaboração no domínio energético, no domínio dos investimentos recíprocos".

A comunidade emigrante portuguesa e lusodescendente nos Estados Unidos "é um ponto central da nossa conversa", adiantou o Presidente.

"Esses são temas bilaterais. Depois veremos se, além desses, haverá outras realidades internacionais, multilaterais, como se costuma dizer, que venham a ser abordadas", completou.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, que na quarta-feira se reuniu com o Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, antes de assistir ao jogo de futebol entre Portugal e Marrocos, em Moscovo, nestas reuniões de alto nível "a componente bilateral é a mais importante".

No plano diplomático, as relações com os Estados Unidos da América, onde vivem cerca de 1,4 milhões de emigrantes portugueses e lusodescendentes, são vistas como um dos principais pilares da política externa portuguesa.

Além da aliança na NATO e da cooperação bilateral na defesa e segurança –os Estados Unidos mantém presença militar na Base das Lajes, nos Açores, embora progressivamente reduzida – são um importante parceiro comercial de Portugal, principal destino das exportações portuguesas fora da União Europeia.

Por outro lado, o número de turistas norte-americanos que visitam Portugal tem crescido anualmente acima dos 10%.

"Portanto, faz todo o sentido reforçar o relacionamento político-diplomático com um dos nossos mais importantes parceiros. Queremos promover nos Estados Unidos a imagem de um Portugal apostado no futuro e onde vale a pena investir e continuando a ser um aliado de confiança dos Estados Unidos", referiu fonte de Belém à Lusa.

Sobre a atual política da administração norte-americana de "tolerância zero" à imigração ou outros assuntos nacionais, a posição da Presidência da República é a de não se pronunciar sobre "medidas internas" dos Estados Unidos.

Porém, Portugal contrapõe que a sua posição oficial em relação ao acolhimento de refugiados "é sobejamente desconhecida".

Na quinta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Siva, reuniu-se com o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, no Departamento de Estado, no primeiro ato de uma deslocação de cinco dias a Washington, na semana que antecede o encontro entre Marcelo Rebelo de Sousa e Donald Trump.

Segundo a porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Heather Nauert, os chefes da diplomacia norte-americana e portuguesa "reafirmaram o compromisso mútuo de reforçar as despesas com a defesa da NATO, reforçar a segurança europeia no setor da energia e enfrentar as ações desestabilizadoras da Rússia".


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