Açoriano Oriental
Eleições presidenciais
Manuel Alegre formaliza hoje candidatura a Belém
Manuel Alegre formaliza hoje, em Ponta Delgada, a sua candidatura às eleições presidenciais, numa cerimónia em terá ao seu lado um apoio de peso dentro do PS: Carlos César, presidente do Governo Regional dos Açores.
Manuel Alegre formaliza hoje candidatura a Belém

Autor: Carmo Rodeia
"As razões porque escolhi esta data e os Açores para formalizar a minha candidatura explicarei no local. Mas tenho com os Açores uma grande ligação cultural, política e afectiva", justificou Manuel Alegre em declarações à agência Lusa.

A sessão pública da formalização da candidatura presidencial de Manuel Alegre está marcada para o salão nobre do Teatro Micaelense, pelas 18:30 horas (hora local).

Manuel Alegre avança de forma irreversível com a apresentação da sua candidatura, num momento em que a direcção do PS continua em silêncio sobre as suas opções em termos de eleições presidenciais, usando o argumento de que, para já, a prioridade política é a governação do país.

No entanto, a candidatura de Manuel Alegre já motivou reacções díspares entre os socialistas.

Figuras de peso, como as do líder parlamentar do PS, Francisco Assis, do presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, ou do ministro dos Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão, já fizeram declarações favoráveis à segunda candidatura presidencial de Alegre.

No entanto, dirigentes socialistas próximos de José Sócrates, como Capoulas Santos, José Lello ou Renato Sampaio, também vieram a público criticá-la, alegando que o PS não deverá apoiar nas eleições presidenciais o mesmo candidato que o Bloco de Esquerda.

Além deste grupo de dirigentes socialistas próximos de Sócrates, a candidatura de Alegre também é encarada com antipatia por parte do sector "soarista", caso do líder do PS/Setúbal, Vítor Ramalho, que, em termos pessoais, não esconde estar mais próximo do candidato presidencial Fernando Nobre.

Ao longo das últimas semanas, em termos políticos, Manuel Alegre tem feito várias afirmações a sublinhar que a sua "casa política é o PS" e que o seu adversário "é a direita".

Ainda sábado passado, o ex-vice-presidente da Assembleia da República, que se opôs ao anterior Governo nas reformas da educação e das leis laborais, saiu em defesa do executivo minoritário de José Sócrates, depois de o Presidente da República, Cavaco Silva ter alertado para a necessidade de se ponderarem as obras públicas previstas face ao actual quadro financeiro do país.

"Não me parece correcto que, em período de crise, perante o ataque especulativo contra Portugal e o Governo, o senhor Presidente da República faça afirmações que podem ser interpretadas como uma interferência nas escolhas do Executivo e como uma oposição ao investimento público", afirmou Manuel Alegre, criticando Cavaco Silva.

Até ao final do mês, o PS deverá reunir os seus órgãos nacionais para iniciar o processo de decisão sobre as próximas eleições presidenciais e o cenário mais provável é o da formalização do apoio a Alegre.

Porém, entre os principais dirigentes socialistas há já uma certeza sobre as próximas eleições presidenciais: qualquer que seja a opção que o PS tome nunca haverá consenso interno.
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