Autor: Lusa/AO online
Nas últimas semanas, quatro mulheres foram atacadas com ácido no rosto e no corpo, por assaltantes numa moto, naquela cidade turística localizada a 450 quilómetros ao sul do Teerão.
“Isfahan é a nossa vila, a segurança é um direito nosso” afirmaram os manifestantes reunidos em frente à autoridade judiciária da cidade, de acordo com a agência noticiosa IRNA.
De acordo com rumores que circulam nas redes sociais, as vítimas não estavam em conformidade com o código de vestuário islâmico, que obriga as mulheres a cobrirem o cabelo e o pescoço com um véu ou um lenço.
Nos últimos anos, aquela norma tem sido aplicada mais suavemente, principalmente nas grandes cidades.
As autoridades, que prenderam quatro suspeitos, ainda não confirmaram o motivo dos ataques.
Em junho deste ano, metade dos 290 deputados iranianos pediram ao presidente Hassan Rohani que faça cumprir o código de vestuário, denunciando a “invasão cultural” ocidental.
Rohani, eleito em junho de 2013, e que defende mais liberdade cultural e social, pediu à polícia, quatro meses depois , para ser mais tolerante.
Segundo a IRNA, o ministro da Saúde, Hassan Hachémi, que esteve à cabeceira de uma das vítimas, a quem ouviu a descrição do ataque, que lhe provocou queimaduras na cara, pescoço e pernas, tendo ainda ficado sem a visão do olho esquerdo.
Além de Isfahan, outra manifestação realizou-se na capital, em frente ao edificio do parlamento, juntando dezenas de pessoas, entre as quais o advogado de direitos humanos Nasrin Sotoudeh, que condenaram "a violência contra as mulheres”.
Este tipo de ataques, raros no Irão, têm todavia aumentado no Paquistão, Afeganistão e Índia, com os agressores a considerarem que as vítimas “sujam” a honra da família.