Açoriano Oriental
Manifestação da função publica promete encher ruas de Lisboa
Milhares de funcionários públicos de todos os sectores e de todo o país deverão deslocar-se sexta-feira a Lisboa para integrar a manifestação convocada pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, para protestarem contra o congelamento salarial.

Autor: Lusa/AO On line
Milhares de funcionários públicos de todos os sectores e de todo o país deverão deslocar-se sexta-feira a Lisboa para integrar a manifestação convocada pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, para protestarem contra o congelamento salarial.

Sem quererem avançar com estimativas, os organizadores do protesto preveem uma elevada participação, sobretudo depois de ter sido apresentada a proposta de Orçamento do Estado (OE), que prevê aumento zero para os trabalhadores da Administração Pública.

"Dos contactos que fizemos nos locais de trabalho ficámos com a ideia de que vamos ter sexta-feira muitos milhares de manifestantes nas ruas de Lisboa, sobretudo depois da divulgação do OE, que provocou grande revolta entre os trabalhadores", disse à agência Lusa o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), Santos Brás.

O STAL é um dos maiores sindicatos portugueses e uma das maiores estruturas que integra a Frente Comum (CGTP).

Para justificar o seu otimismo, Santos Brás, que integra o órgão coordenador da Frente Comum, disse à Lusa que foram fretados pelo STAL cerca de 100 autocarros para o transporte de cerca de 5.000 trabalhadores das autarquias.

"Mas só da administração local vamos ter muitas mais pessoas, pois algumas deslocam-se a Lisboa em autocarros cedidos e em transportes próprios ou transportes públicos", disse o sindicalista.

O secretário geral da CGTP, Manuel Carvalho da Silva, também prevê a deslocação a Lisboa de muitos milhares de trabalhadores da administração pública que pretendem dar conta do seu descontentamento ao Governo.

"De certeza que vamos ter largos milhares de trabalhadores da administração pública (na manifestação], e com razão, chamando a atenção de que não pode haver esta imposição de congelamento, ou seja, de redução dos salários reais e muito menos utilizar isto como bandeira", disse o líder da CGTP.

Carvalho da Silva acusou o Governo de, com as medidas restritivas para a função pública, estar a destruir uma saída efetiva para a crise.

"O Governo ao apresentar-se, em torno da discussão do Orçamento, como campeão da destruição do emprego na administração pública e campeão da imposição da redução dos salários, está a induzir no país duas ideias que são destruidoras de uma saída efetiva da crise", considerou.

A Frente Comum convocou a manifestação nacional no início de janeiro, muito antes de o Governo divulgar a sua intenção de congelar os salários.

Nessa altura a estrutura sindical, que reivindica aumentos salariais de 4,5 por cento e um aumento mínimo de 50 euros por trabalhador, considerou haver motivos para protestar contra a precariedade, por aumentos salariais dignos e pela suspensão do Sistema Integrado de Avaliação de Desempenho da Função Pública (SIADAP).

O congelamento salarial e a antecipação da convergência da penalização pela antecipação da reforma com o regime geral, previsto no OE, tornaram-se motivos acrescidos para a manifestação.

A coordenadora da Frente Comum, Ana Avoila considerou que o anúncio do congelamento salarial e do agravamento das penalizações para as aposentações antecipadas veio mobilizar ainda mais os trabalhadores para desfilarem entre os restauradores e o Ministério das Finanças.

 

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