A marinha italiana anunciou a chegada próxima ao porto de Augusta na Sicília da embarcação anfíbia San Giorgio com 321 migrantes a bordo, entre os quais 62 mulheres e cinco crianças, socorridos na véspera no canal da Sicília.

Nas últimas 48 horas, desembarcaram nos portos sicilianos um total de 1.149 migrantes, ajudados pela marinha italiana em cooperação com os guarda-costeiros locais e com navios mercantes.

Desde o início do ano, perto de 22.000 migrantes e refugiados chegaram por mar às costas italianas, dez vezes mais que no mesmo período de 2013, segundo as autoridades.

De acordo com os media italianos, o Governo já gastou 60 milhões de euros com a operação Mare Nostrum, lançada a 18 de outubro do ano passado após dois naufrágios em que morreram pelo menos 400 migrantes.

O custo mensal da operação é calculado em nove milhões de euros. Em média, cinco navios militares com os seus helicópteros e mais de 900 marinheiros e oficiais participam diariamente na operação.

Matteo Salvini, líder do partido anti-imigração da Liga do Norte, exigiu o fim do programa, considerando que “os cidadãos italianos acabam por financiar os traficantes de clandestinos e uma invasão das costas” do país.

No mesmo sentido, Maurizio Gaspari, da ala direita do partido Forza Italia, considerou tratar-se de uma “operação insana e cara, a suspender dado que se chegou a uma verdadeira farsa com traficantes de seres humanos que anunciam a partida das embarcações para desencadear a intervenção de emergência”.

No início de abril, o ministro do Interior italiano, Angelino Alfano, apelou à União Europeia para aumentar a ajuda a Itália face ao afluxo de migrantes.