Açoriano Oriental
Mais de metade dos portugueses diz ser importante travar perda de biodiversidade
Mais de metade dos portugueses considera importante travar a perda de biodiversidade e dois terços defende ser responsabilidade de cada um cuidar da natureza, mas são muito menos aqueles que fazem um esforço naquele sentido, refere o Eurobarómetro.
Mais de metade dos portugueses diz ser importante travar perda de biodiversidade

Autor: Lusa/AO online

 

Através deste instrumento da Comissão Europeia (CE), foram realizadas 1.005 entrevistas em Portugal e 27.718 no conjunto da União Europeia, entre final de maio e início de junho, que revelaram a preocupação da maioria dos europeus com os efeitos da perda de biodiversidade.

É também reconhecido o impacto negativo resultante da redução da diversidade de animais e plantas para a saúde e o bem-estar humanos e para o desenvolvimento económico europeu a longo prazo, salienta uma informação da CE.

A opinião dos portugueses sobre o assunto não difere muito do conjunto da UE e, por exemplo, à pergunta "é da nossa responsbailidade cuidar da natureza?", 76% dos europeus diz que sim, percentagem que em Portugal foi de 66%.

Outra preocupação para 67% dos europeus e 65% dos portugueses é refletida nas respostas sobre a importância de cuidar da natureza para combater as alterações climáticas.

Pouco mais de metade dos inquiridos defende que a biodiversidade é indispensável para a produção de alimentos, combustível ou medicamentos, mas é ameaçada pela poluição do ar, solo e água (95 a 98% dos inquiridos), seguindo-se as catástrofes causadas pelo homem (92% para os europeus e 98% para os portugueses).

Depois, as alterações climáticas obtiveram 96% entre as respostas nacionais e 89% nas europeias, seguidas de perto pela agricultura e silvicultura intensivas e excesso de pesca.

Na avaliação do declínio de espécies, ecossistemas e habitats naturais, os europeus mostram-se mais negativos e 19% dizem que a situação é grave na área onde vivem, contra 7% dos portugueses, percentagem que sobe aos 30% e 16%, respetivamente, para a análise ao seu país, e para 35% e 27%, respetivamente, quando de trata da Europa.

Aliás, a degradação e perda de habitats naturais, como florestas, prados ou pântanos é o assunto que teve mais "votos" na lista de "assuntos sérios" na biodiversidade, com 61% dos europeus e 56% dos portugueses, seguida da perda de benefícios retirados da natureza como polinização das culturas, fertilidade dos solos, prevenção de cheias e secas ou regulação do clima (59% e 56%).

Cerca de 27% dos portugueses diz já ser afetado pessoalmente pelo mau estado da natureza, mais do que 23% dos europeus, mas cerca de 35% em ambos os casos acredita que no futuro vai sofrer diretamente as consequências, quase tantos como aqueles que remetem os problemas para a próxima geração.

Mesmo sendo afetados, somente um quarto dos portugueses diz esforçar-se para proteger a natureza, menos do que os 31% europeus, embora 41% (34% na Europa) gostassem de fazer mais.

Para concretizar estas intenções, 92% dos portugueses e europeus respeita as regras de proteção da natureza, 65% compra regularmente produtos amigos do ambiente. Em Portugal, somente 13% participa como voluntário em ações em prol da natureza, contra 11% na Europa.

Os inquiridos defendem que a UE deve informar melhor os cidadãos sobre a importância de defender a biodiversidade, certificar-se de que estas preocupação são tidas em conta aquando do planeamento de novas infraestruturas e restaurar a natureza para compensar os danos causados.

Acerca da Rede Natura, 12% dos portugueses e 10% dos europeus sabem o que é este conjunto de áreas definidas para conservar habitats e espécies.

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