Açoriano Oriental
Mais de metade dos ginásios recorrem a empréstimos para pagar IVA
Mais de metade dos ginásios têm de recorrer a empréstimos para pagar o IVA, numa altura em que a quebra média da faturação do setor atinge 19%, o que leva a associação destas empresas a antecipar mais encerramentos e despedimentos.
Mais de metade dos ginásios recorrem a empréstimos para pagar IVA

Autor: Lusa/AO online

O 2.º Barómetro 2012 da Associação de Ginásios de Portugal (AGAP), a que a agência Lusa teve acesso, revela que "cerca de 60% das empresas recorrem a empréstimos para pagar o IVA", confirmando "a situação dramática do setor".

A análise dos nove primeiros meses do ano, em comparaçao com igual período de 2011, leva a AGAP a concluir que houve uma quebra média da faturação bruta de 19%.

"Agora, 85% das instalações inquiridas confirmam viver um período negro, das quais 41% têm perdas superiores a 30% face ao ano anterior", refere a associação.

Por isso, considera "fácil concluir que estas empresas estão a caminhar, trimestre após trimestre, para uma situação de insolvência ou encerramento" e estima que serão mais de 30% os ginásios associados a fechar as portas nos próximos meses, juntando-se aos 111 espaços já encerrados.

A quebra na receita destas empresas resulta da dificuldade em atrair novos clientes e da perda de visitantes habituais, principalmente devido à crise económica, que leva muitos portugueses a reduzir as suas despesas.

Por outro lado, "o setor não teve margem para absorver o brutal aumento de impostos", salienta a AGAP, que defende uma taxa de IVA de 13% para todas as atividades desportivas (subiu de seis para 23%).

Apesar das estratégias "low cost" (baixo custo), o número de clientes caiu 17% e foram dispensados mais de 33% dos colaboradores dos ginásios até setembro.

"O Estado estimaria recolher cerca de 43 milhões de euros adicionais com a passagem da taxa de IVA de seis para 23% no fitness, mas com a contração da economia concluiu-se que mais de 100 mil pessoas abandonaram os ginásios desde que a taxa de IVA aumentou, levando a que este objetivo não seja alcançado", resumiu a associação.

"A decisão tomada em 2010 pelo anterior Governo, não só prejudica o próprio Estado como o mercado", criticou a AGAP.

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