Açoriano Oriental
Mais de metade dos alunos chumba no 3.º ciclo ou reprova nos exames
A maioria dos alunos portugueses reprova durante o 3.º ciclo ou tem, pelo menos, negativa a um dos dois exames nacionais do 9.º ano, segundo dados do Ministério da Educação.
Mais de metade dos alunos chumba no 3.º ciclo ou reprova nos exames

Autor: Lusa/AO Online

Dos 94.130 alunos que, no passado ano letivo, realizaram os exames do 9.º ano, apenas 39.610 conseguiram chegar ao secundário sem ficarem retidos no 7.º ou no 8.º ano e com notas positivas nas provas finais de Português e de Matemática, segundo dados disponíveis a partir de hoje no Portal Infoescolas https://infoescolas.mec.pt.

Os números do Ministério da Educação e Ciência (MEC) revelam assim que 54.520 alunos tiveram um percalço durante o 3.º ciclo.

Através do portal é possível perceber o que se passa em cada uma das mais de 1.200 escolas públicas e privadas que oferecem este nível de ensino.

Os serviços de estatística do MEC criaram ainda um novo critério que permite perceber se o trabalho desenvolvido pela escola está a ter bons resultados, uma vez que compara a percentagem de sucesso dos alunos desse estabelecimento com a percentagem que é espectável, tendo em conta a média nacional dos estudantes com resultados académicos semelhantes.

Ou seja, compara-os com os alunos que, três anos antes, nas provas finais do 2.º ciclo, demonstraram um nível escolar semelhante ao dos alunos daquele estabelecimento de ensino.

Mas é também possível saber o que se passa a nível concelhio e distrital e o portal revela que Coimbra é o único concelho onde mais de metade dos alunos (51%) conseguiu concluir o 9.ºano com um percurso de sucesso escolar no 3.º ciclo.

Coimbra é também o concelho onde os resultados académicos mais superaram as espetativas, que apontavam para uma taxa de sucesso académico de 46%.

Nos restantes 17 concelhos - os dados dizem respeito apenas às escolas de Portugal Continental - mais de metade dos estudantes ficou retido, desistiu de estudar ou teve negativa em pelo menos um dos dois exames.

Olhando apenas para o que seria esperado, tendo em conta o universo de alunos, as escolas de Viana do Castelo e Vila Real também surgem destacadas, já que nestes dois concelhos o sucesso escolar esteve três pontos percentuais acima do espectável.

Os casos mais problemáticos registaram-se em Portalegre, com uma taxa de sucesso escolar de apenas 31%, Beja, onde apenas um em cada três alunos teve sucesso escolar (33%) e Setúbal (34%).

Nos dois distritos com mais escolas e alunos - Lisboa e Porto - a maioria também não conseguiu chegar ao 10.º ano sem falhas. Dos 20.533 estudantes do distrito de Lisboa que realizaram exames do 9.ºano, apenas 8.829 (43%) tiveram um percurso académico de sucesso e, no Porto, dos 18.797 alunos, apenas 7.707 (41%) conseguiram o mesmo feito.

Os dados hoje divulgados mostram também o desempenho dos estudantes do 2.º ciclo e revelam que neste nível de ensino os resultados académicos são melhores.

Em 12 distritos mais de metade dos alunos nunca falharam e nos restantes seis as percentagens mantiveram-se próximas da linha dos 50%.

Os casos mais problemáticos registaram-se em Setúbal, Faro e Portalegre, onde apenas 45% dos alunos teve positiva nos exames do 6.º depois de um percurso sem retenções no 5.º ano. Os outros três casos foram Évora (48%), Bragança (47%) e Beja (46%).

A nível nacional, as taxas de retenção ou desistência dos alunos do 5.º e 6.º ano esteve próximo dos 10%, enquanto no 3.º ciclo essas taxas rondaram os 15% (no 7.º ano chegou mesmo a ultrapassar ligeiramente essa linha), segundo dados relativos ao ano letivo de 2013/2104.

Além da taxa de retenção e abandono, é ainda possível acompanhar o desempenho escolar dos alunos tendo em conta as notas que obtiveram quando terminaram o 6.º ano e os resultados do 9.º.

Os dados hoje divulgados apresentam ainda indicadores demográficos sobre os alunos da escola, tendo em conta os estudantes por ano curricular mas também por idade e sexo.

A apresentação dos novos dados estatísticos, que trabalharam números relativos a mais de 300 mil alunos do 3.º ciclo e 200 mil do 2.º ciclo, contou com a presença do Ministro da Educação, Nuno Crato, que salientou a importância deste trabalho para o conhecimento dos problemas e desenvolvimento de estratégias para o sucesso escolar dos alunos.

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