Açoriano Oriental
Mais 400 espécies animais e vegetais na lista de espécies ameaçadas de extinção
Cerca de 400 novas espécies animais e vegetais integram a lista de espécies ameaçadas de extinção, divulgada em Hyderabad, na Índia, onde a conferência da ONU sobre biodiversidade decorre agora a nível ministerial.

Autor: Lusa/AO online

Após dez dias de discussões a nível técnico, as negociações vão prosseguir, a partir de hoje e pelos três últimos dias, entre os 86 ministros presentes no sul da Índia.

"Não existe uma forma única de medir o declínio da biodiversidade, é complexo, mas a 'lista vermelha' é a melhor medida de que dispomos", sublinhou Jane Smart, diretora mundial do grupo para a manutenção da biodiversidade da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).

Este registo de referência integra agora 65.518 espécies, das quais perto de um terço (20.219) está ameaçada de extinção, com 4.088 espécies em perigo crítico de extinção, 5.919 em perigo e 10.212 vulneráveis.

Mais de 400 espécies vegetais e animais integraram a lista das espécies ameaçadas desde que a última versão da lista foi apresentada em junho na cimeira ambiental Rio+20.

Dois invertebrados, uma barata das ilhas Seychelles e uma espécie de caracol de água doce, juntaram-se à categoria das espécies consideradas extintas.

Os peritos da UICN insistiram também na "terrível situação" das palmeiras de Madagáscar, um dos locais mais ricos do planeta em termos de biodiversidade.

A ilha conta 192 espécies de palmeiras únicas no mundo, das quais mais de 80 por cento estão ameaçadas de extinção, uma vez que as populações mais pobres dependem daquelas palmeiras para alimentação e materiais de construção.

Este desaparecimento também se deve à ocupação de terras para desenvolvimento agrícola e exploração florestal.

Um outro estudo publicado na segunda-feira sublinhava que os lémures de Madagáscar estão entre os primatas mais ameaçados do planeta, devido à destruição do habitat.

"Madagáscar é uma região de absoluta prioridade" para a biodiversidade, insistiu Russell Mittermeier, especialista sobre a ilha e presidente da organização não-governamental Conservation International.

Este alerta da UICN surge quando representantes de mais de 180 países estão em Hyderabad para a conferência da ONU sobre a biodiversidade, que visa tentar travar o desaparecimento cada vez mais rápido das espécies.

As negociações debruçam-se principalmente sobre os compromissos financeiros que podem ser assumidos para atingir os 20 objetivos para 2020, adotados em Nagoya (Japão), em 2010, como a luta contra a pesca excessiva e o alargamento das zonas protegidas em terra e no mar.

Assessores dos negociadores avaliaram estas necessidades de entre 150 e 440 mil milhões de dólares (cerca de 115 e 340 mil milhões de euros) por anos, afirmou o economista Pavan Sukhdev, autor de um relatório sobre o valor económico dos serviços prestados pela natureza.

Os financiamentos públicos e mecenato a favor da biodiversidade também foram avaliados em cerca de dez mil milhões de dólares por ano.

Na reunião plenária de encerramento, na sexta-feira, deve ser adotada um registo que identifica 56 zonas a proteger no Pacífico, Caraíbas e Mediterrâneo.

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