Açoriano Oriental
Maior desafio da PT é o de melhorar qualidade da banda larga no Brasil
Um dos maiores desafios que a Portugal Telecom (PT) vai enfrentar no Brasil, com a aquisição de uma participação na empresa Oi, será melhorar a qualidade da conexão da banda larga, disse hoje o presidente do grupo português.
Maior desafio da PT é o de melhorar qualidade da banda larga no Brasil

Autor: Lusa / AO online

Zeinal Baval disse, numa entrevista publicada pela revista Veja, que atualmente cerca de 90 por cento dos usuários brasileiros de banda larga tem no máximo uma velocidade de 1 megabit.

“Em Portugal, a rede é 100 vezes mais veloz. Todas as escolas públicas (portuguesas) tem uma conexão de 64 megabits por segundo”, afirmou o executivo.

O presidente salientou que a Oi “era a única opção possível” para a PT permanecer no Brasil, depois de aceitar vender a participação que detinha na Vivo à Telefónica.

No final de julho, a PT anunciou um acordo para adquirir uma participação de 22,4 por cento na Oi, após vender a fatia que detinha na Vivo por 7,5 mil milhões de euros à Telefónica.

O executivo salientou que a estratégia de negociação da PT com a Telefónica resultou na venda por “um ótimo valor” para a fatia do grupo português na Vivo.

“Costumo dizer que o processo começou com uma terapia de choque e acabou com uma terapia do cheque”, disse, referindo-se ao aumento da proposta espanhola de 5 mil milhões de euros para 7,5 mil milhões de euros.

Zeinal Bava disse que não interessava ao Governo português que a PT se tornasse “pequena demais” ao vender a sua participação na Vivo aos espanhóis.

“O sucesso da empresa (PT), pelo peso que ela tem na economia portuguesa, também é visto como sucesso do Governo e do país. Além disso, em nosso setor, manter a escala é fator essencial”, disse.

“A aliança com a Oi solucionou essa questão do ponto de vista do Governo português, mas isso só foi possível porque tivemos muito sangue-frio”, salientou.

Zeinal Bava salientou que as negociações só chegaram a um “desfecho em tempo recorde” por causa das “boas relações” entre Brasil e Portugal.

Questionado sobre a participação do presidente Lula da Silva na negociação, o executivo disse que, mesmo que soubesse, “não poderia dar essa informação”.

“Seria indelicadeza. Se porventura, houve outras ajudas, ficamos muito agradecidos”, disse, ao salientar que a “influência do Estado atinge todas as empresas de telecomunicações”.

Zeinal Bava sublinhou o potencial de crescimento do mercado brasileiro, ao dizer que o setor é “um dos mais competitivos do mundo”, com a adição de mais de 50 milhões de utilizadores nos últimos anos.

“O Brasil tem condições únicas. O país terá 35 por cento das residências com TV paga em cinco anos. A banda larga móvel pode facilmente ultrapassar 30 por cento da população – hoje ela chega a apenas um por cento”, afirmou.

“Nossa parceria (com a Oi) é de longo prazo, não um simples investimento financeiro. Vamos pôr toda nossa reconhecida competência nessa área para aperfeiçoar a Oi. Já demonstramos que temos capacidade para isso”, disse.

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