Autor: Lusa/AO Online
Esperanza Aguirre manifestou-se preocupada com os incidentes “gravíssimos” do fim-de-semana que ocorreram na vila de Pozuelo de Alarcon, nos arredores de Madrid, a região de Espanha com o rendimento per capita mais elevado do país.
Em declarações aos jornalistas, confirmou que vai ser criada uma comissão que pretenderá perceber o que ocorreu e prevenir incidentes como este, que classificou sem precedentes, especialmente pelo facto de ter havido uma tentativa de assalto à esquadra policial da localidade.
Os confrontos, que duraram várias horas, alargaram-se a várias zonas da cidade, obrigando a polícia municipal a solicitar reforços de Madrid, tendo chegado a estar envolvidos agentes da brigada especial Centauros, que normalmente trabalha nas zonas mais problemáticas da noite madrilena.
Carros da polícia queimados, mobiliário urbano destruído e um ataque à própria esquadra da polícia marcaram as mais de três horas de confrontos, durante os quais chegaram a estar envolvidos centenas de jovens.
Centenas de jovens estavam na zona do recinto onde decorriam as festas a participar em “bottellones”, a tradição espanhola dos mais jovens se concentraram em locais públicos a beber.
A situação mais crítica ocorreu quando cerca de 200 pessoas tentaram assaltar a esquadra da Polícia Nacional de Pozuelo, procurando saltar a vedação enquanto apedrejavam o edifício.
Os agentes policiais chegaram a disparar balas de borracha tentando dispersar o grupo que já antes tinha atingido vários agentes, pontapeando e atacando pelo menos três, que caíram ao solo.
Para Esperanza Aguirre, é preciso “adoptar todas as medidas necessárias” para que se evitem incidentes destes.
“Creio que é a primeira vez que jovens, a maioria menores, decidem assaltar uma esquadra. É um facto gravíssimo e temos que analisar as causas”, afirmou.
Dezenas de vídeos registados pelos jovens foram já colocados na Internet, o que pode ajudar a polícia a identificar os responsáveis.
Para o secretário-geral da União Federal de Polícia (UDF), Alfredo Perdiguero, os pais dos detidos devem ser responsabilizados pelos graves danos causados nos confrontos.
“Os pais dos menores e dos adultos, também jovens, devem ser responsáveis pelo que os seus filhos fizeram e devem consciencializar-se sobre o tipo de educação que lhes estão a dar”, afirmou.
O responsável chegou mesmo a comparar o comportamento, incluindo o ataque à esquadra, com “kaleborroka”, a prática de ataques de rua no País Basco.
“Que num dia de festa alguns perturbados montem este tipo de coisa, inclusive atacando uma esquadra, não tem explicação”, disse.