Açoriano Oriental
Macron diz que uspeitas de traição são de “uma gravidade extrema”

O Presidente francês afirmou que o caso dos dois ex-agentes dos serviços secretos franceses suspeitos de traição é de “uma gravidade extrema”, referindo que caberá à justiça pronunciar-se sobre os factos relevados.

Macron diz que uspeitas de traição são de “uma gravidade extrema”

Autor: Lusa/AO online


Emmanuel Macron falava numa conferência de imprensa na cidade russa de São Petersburgo, um dia depois do Ministério da Defesa francês ter confirmado que dois antigos agentes da Direção-Geral para a Segurança Externa (DGSE, os serviços secretos franceses) tinham sido presentes a um juiz “por atos suscetíveis de constituir crimes e delitos de traição por entrega de informações a uma potência estrangeira, provocação ao crime de traição e violação do sigilo da defesa nacional”.

A DGSE é uma estrutura que depende do Ministério da Defesa.

Em São Petersburgo, Emmanuel Macron, que está a realizar a sua primeira visita à Rússia, frisou que “cabe à justiça pronunciar-se” sobre “estes factos não recentes”.

As primeiras informações sobre este caso foram avançadas pelo canal TMC e pelo diário Le Monde, que indicaram que a potência estrangeira em questão era a China.

Uma fonte próxima deste dossiê confirmou que os ex-agentes franceses são suspeitos de terem trabalhado para as autoridades chinesas.

Os dois ex-agentes foram indiciados em dezembro de 2017 e estão sob custódia.

“Este caso é um sinal da eficácia do nosso sistema de vigilância e de zelo, em vez de um sinal de fracasso", comentou, por seu turno, o gabinete do Presidente francês, acrescentando que "o risco de corrupção existe em todo o lado”.

Questionado sobre o impacto deste caso nas relações com a China, o gabinete de Macron respondeu apenas que Pequim e Paris são “duas grandes potências que se conhecem bem”, mas sem confirmar oficialmente se os ex-agentes tinham traído em benefício das autoridades chinesas.

Em Pequim, a porta-voz da diplomacia chinesa, Lu Kang, respondeu apenas que as autoridades chinesas “não estavam ao corrente” da situação.

As autoridades francesas têm adotado uma postura evasiva sobre este caso, nomeadamente sobre a extensão da possível traição dos ex-agentes, atualmente retirados.

Hoje, a ministra da Defesa francesa, Florence Parly, limitou-se a confirmar as informações divulgadas pelo seu próprio ministério na quinta-feira.

A mulher de um dos ex-agentes também é suspeita de "encobrir crimes e ofensas de traição".

Os suspeitos “foram detetados” pela própria DGSE, que levou o caso “por iniciativa própria ao conhecimento do procurador de Paris”, disse o Ministério da Defesa francês na quinta-feira.

De acordo com o diário Le Monde, os factos foram descobertos no âmbito de uma investigação realizada por outro serviço de informação de França, a Direção-Geral da Segurança Interna (DGSI).


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