Açoriano Oriental
Rali de Portugal
Luta pelo título é contra Latvala, mas ainda falta muito campeonato
Em vésperas do Rali de Portugal, o campeão do Mundo Sebastien Ogier acredita que a luta pela revalidação do título será contra o seu companheiro de equipa na Volkswagen, Jari-Matti Latvala, mas ressalva que ainda falta muito campeonato.
Luta pelo título é contra Latvala, mas ainda falta muito campeonato

Autor: Lusa/AO Online

 

"Por agora, parece que a luta pelo título será entre mim e o Jari-Matti Latvala, mas ainda só corremos três ralis, ainda faltam 10. Falta muito e não devemos esquecer outros pilotos como o Mads (Ostberg, da Citroen)", disse Ogier, em entrevista à agência Lusa, a propósito do Rali de Portugal de 2014, quarta prova pontuável para o campeonato do Mundo de Ralis (WRC).

Para o campeão do Mundo, que já lidera este ano com 63 pontos (mais três do que Latvala, graças a vitórias em Monte Carlo e no México), os pilotos da Citroen ainda não estão à altura, mas ressalva que a prova portuguesa será o melhor evento para avaliar as forças e fraquezas das equipas.

"Para Ostberg, talvez seja um pouco mais difícil este ano, porque o carro precisará de mais tempo. Mas vamos ver, Portugal é o sítio onde se poderá avaliar o nível de performance. Por ora, parece que ainda precisam de mais tempo", salientou.

Ogier, também ele antigo piloto da marca francesa, analisou o momento atual da Citroen, equipa que dominou a modalidade na última década, tendo ao volante o francês Sebastien Loeb (nove vezes campeão do Mundo).

"A Citroen ainda tem um nível alto de rendimento. Foi a equipa que dominou os últimos 10 anos e não pode ter perdido tudo agora. Tenho a certeza de que a equipa e o carro ainda são bons", afirmou Ogier, que saiu da equipa francesa no final da temporada de 2011 para desenvolver o Polo-R que agora conduz.

O campeão do Mundo acrescenta que "tem faltado um pouco de consistência" aos pilotos da Citroen, tanto ao norueguês Ostberg como ao britânico Kris Meeke, que "têm cometido erros a mais".

"Mas, não lhes falta velocidade, por isso teremos de manter um olho neles. O Mads e o Kris conseguem ser muito rápidos em alguns ralis, falta-lhes alguma experiência no WRC. Mas, se evitarem cometer erros poderão estar na luta pelos lugares cimeiros", explicou à Lusa o piloto da Volkswagen.

Sobre a estreante Hyundai (na qual corre o vice-campeão do Mundo, o belga Thierry Neuville), Ogier fez um paralelo com a situação da Volkswagen exatamente nesta altura em 2013.

"No ano passado, estávamos mesmo à espera que chegasse o Rali de Portugal para comparar o nosso nível de performance com os outros. Tenho a certeza de que este ano será a mesma coisa para as equipas novas. Acredito que na Hyundai estão à espera deste rali para perceberem em que ponto estão", considerou.

Quanto ao estreante Robert Kubica (Ford), antigo piloto de Fórmula 1, Ogier aconselha-o simplesmente a "manter-se na estrada", uma vez que o polaco protagonizou diversos acidentes nas três primeiras provas do WRC.

"O Kubica mostrou muita velocidade no primeiro rali, em Monte Carlo, mas, depois, foi muito difícil, porque era algo completamente novo para ele. No México, cometeu erros a mais. Ele é muito talentoso, mas agora precisa de se manter na estrada e dar tempo ao tempo para conseguir mais experiência, antes de lutar pelos lugares de topo", analisou Ogier, ressalvando que o polaco vai melhorar, e muito, nos ralis em asfalto.

Aos 30 anos, Ogier sagrou-se campeão do Mundo pela primeira vez, mas confidenciou à agência Lusa que o título não lhe traz pressão acrescida.

"Tinha mais pressão no ano passado, quando queria tornar-me campeão do Mundo. (...) Alcancei esse objetivo e agora estou ainda mais descontraído. (...) Claro que ainda tenho fome de vitórias e enquanto houver corridas vou sempre lutar por títulos, mas não sinto mais pressão com isso", sublinhou.

O Rali de Portugal decorre de 03 a 06 de abril, num total de 336 quilómetros cronometrados (distribuídos por 16 classificativas especiais) em Lisboa, Baixo Alentejo e Algarve.

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