Açoriano Oriental
Lojas devolutas em Angra do Heroísmo são ocupadas por tascas nas Sanjoaninas
As ruas do centro histórico de Angra do Heroísmo ganham um novo fulgor económico durante esta semana das festas Sanjoaninas, com a chegada de turistas e emigrantes, e até nas lojas desocupadas nascem tascas.
Lojas devolutas em Angra do Heroísmo são ocupadas por tascas nas Sanjoaninas

Autor: LUSA/AOnline

Ao todo, este ano contam-se mais de 60 tascas e rulotes espalhadas por toda a cidade e algumas surgem nos sítios mais inesperados.

Com a crise, são cada vez mais as lojas devolutas no centro histórico da cidade, mas até 28 de junho, os espaços onde antes se vendiam roupas ou eletrodomésticos voltam a ser preenchidos com mesas e bancos de madeira.

Habitualmente, era no Cerrado do Bailão, um parque de estacionamento que se transforma em recinto de espetáculos musicais, que se concentravam mais tascas pelas Sanjoaninas, uma das maiores festas que se celebram nos Açores.

As tascas tradicionais eram feitas com tábuas de costaneira e ainda há quem mantenha esse costume, pelo aspeto e pelo cheiro que fazem lembrar outros tempos.

No ano passado, contudo, começaram a surgir mais tascas dentro do centro histórico, muitas em antigas lojas, e a população afastou-se mais do Bailão.

Este ano, repetiu-se a mesma fórmula e só em antigas lojas contam-se mais de uma dúzia de tascas, onde não faltam morcela, bifanas, lapas e sangria.

Na rua de São João, uma tasca criada para as Sanjoaninas em 2013 deu origem a um restaurante de petiscos aberto durante todo o ano.

Nuno Costa já tinha integrado a comissão organizadora das festas por dois anos, juntou-se à mulher e a dois casais amigos, que também partilhavam do gosto pela gastronomia, e abriram uma tasca, onde antes tinha funcionado uma loja de eletrodomésticos.

Correu tão bem que decidiram fazer da experiência um negócio a tempo inteiro e assim nasceu a "Tasca das Tias", que por estes dias voltou à ementa das Sanjoaninas.

Na mesma rua, onde antes existia uma seguradora, surgiu uma tasca criada por um professor e por alunos de um curso de empreendedorismo.

Com a tasca, ganham experiência e colocam em prática os conhecimentos adquiridos, segundo Nuno Brás, o professor, que salientou que tentaram inovar na "abordagem do mercado".

Para além das sandes de alcatra, um prato típico da ilha Terceira, a tasca aposta em momentos de baixa de preços para atrair quem passa pela rua.

Para o professor, "as festas populares nos centros das cidades ganham outra expressão", por isso escolheram uma loja no centro histórico de Angra para montar a tasca.

Numa rua ao lado, a especialidade da tasca são os donuts, que na ilha são chamados de "donetes".

Há três anos que Isa Pires Vieira confeciona donuts para vendas ambulantes nas festas concelhias da ilha Terceira e nas touradas à corda.

Este ano, as vendas ambulantes mantêm-se pelas ruas da cidade, mas também é possível comer uma "donete" na tasca, onde também não falta morcela e bifanas.

Segundo Isa Pires Vieira o movimento no centro histórico da cidade "está mais forte" e "o negócio está bom".

PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados