Açoriano Oriental
Líder do PS/Açores critica "autonomistas de fachada"
O presidente do PS/Açores, Vasco Cordeiro, criticou esta seta-feira os "autonomistas de fachada", questionando onde estavam quando nos últimos três anos a região foi assolada por calamidades naturais ou quando decidiram usurpar os direitos dos açorianos sobre o mar.
Líder do PS/Açores critica "autonomistas de fachada"

Autor: AO/Lusa

 

“Onde estavam esses autonomistas de fachada, de cá e de lá, quando, face aos prejuízos das calamidades naturais que nos assolaram, responderam assim ao nosso pedido de ajuda: ‘Querem solidariedade? Vão à banca”, afirmou Vasco Cordeiro, na sessão de abertura do XVI congresso do PS/Açores, que decorre até domingo na Lagoa, ilha de São Miguel.

Vasco Cordeiro perguntou ainda onde estavam estes autonomistas de fachada – expressão que já utilizara no anúncio da recandidatura à liderança do PS/Açores – quando “decidiram que os açorianos seriam portugueses de segunda” ao terem de pagar quando recorressem a cuidados médicos no continente ou quando a região teve de lidar com as consequências da decisão norte-americana de reduzir o efetivo na base das Lajes, na ilha Terceira.

“E hoje, esses mesmos autonomistas de fachada, de cá e de lá, os mesmos que assim agiram ou pactuaram, por ação ou omissão, são os que mais alto clamam, exigindo agora o que não quiseram fazer, tudo isto com a arrogância dos que têm mau perder e a insolência da má memória”, acusou.

Num discurso onde recordou os “tempos desafiantes” dos últimos três anos, devido à crise económica, Vasco Cordeiro, presidente do Governo Regional desde 2012, teceu críticas ao anterior Executivo de Lisboa, liderado pelo social-democrata Pedro Passos Coelho, que “não raras vezes preferiu a afinidade partidária à dignidade e correção do relacionamento institucional”.

“Um Governo da República que olhava as autonomias regionais com desconfiança e com suspeição, preso a um centralismo retrógrado e a uma visão arcaica do que deve ser um Estado descentralizado, eficiente e motivador”, adiantou.

Para Vasco Cordeiro, esta situação teve a “cumplicidade ativa e colaborante não só daqueles que, bem cedo, trocaram a representação do povo dos Açores pela representação do Governo de Lisboa, mas também daqueles que cá, entre silêncios cúmplices ou apoios declarados, associaram-se a alguns dos mais graves atentados à autonomia dos Açores”.

O dirigente socialista enumerou depois o trabalho do seu executivo nestes três anos, nos quais a região manteve as finanças públicas “saudáveis”, realçando medidas nas áreas do emprego, às empresas e às famílias.

Vasco Cordeiro destacou depois o trabalho do seu executivo na liberalização do transporte aéreo e o consequente aumento dos resultados no Turismo, reconhecendo, contudo, ser necessário “um cuidado muito especial” para os setores do leite e pescas.

Aos cerca de 260 congressistas, Vasco Cordeiro lembrou as últimas vitórias eleitorais do PS/Açores – regionais, autárquicas, europeias e legislativas -, defendendo que estas devem “constituir um incentivo a fazer sempre mais e melhor”, porque a confiança que os açorianos deram ao partido “não se renova a cada quatro anos”, mas antes “a cada dia e a cada hora”.

O congresso termina no domingo, às 12:00 (mais uma hora em Lisboa) com as intervenções de Vasco Cordeiro e do secretário-geral do PS, António Costa.

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