Açoriano Oriental
Centros Comerciais
Licenciamento "sem regras" está a agravar situação laboral
O licenciamento "sem regras" de novos centros comerciais está a agravar a situação laboral dos trabalhadores nestes espaços, concluiu hoje o sindicato do sector que elaborou um estudo sobre a precariedade laboral nos centros comerciais.

Autor: Lusa/AO online
     O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), responsável pelo estudo que incidiu sobre sete centros comerciais situados no Grande Porto, fala de um agravamento nos últimos dois anos e meio de trabalhadores contratados a termo.

    Estes, segundo os dados apurados pelo CESP, representam 43 por cento dos trabalhadores nos centros comerciais, contra os 54 por cento de trabalhadores efectivos e os dois por cento em regime de prestação de serviços.

    A categoria profissional com maior número de trabalhadores é a de caixeiros-ajudantes (32 por cento), seguida de caixeiros com mais de 6 anos (19 por cento), caixeiros de 3 a 6 anos (12 por cento) e caixeiros até 3 anos (20 por cento), refere.

    Segundo o CESP, a percentagem de trabalhadores com cargos de chefia é de 5 por cento, mas "continuam-se a verificar muitos trabalhadores sem categoria profissional ou mal classificados".

    Em termos globais, acrescenta, mantém-se um número elevado com categorias de caixeiros ajudantes e diminuiu os trabalhadores classificados em cargos de chefia.

    Na rubrica horários de trabalho e descanso semanal, de acordo com os dados do CESP, a maioria dos trabalhadores (cerca de 80 por cento) trabalham 40 horas semanais, 9 por cento trabalham a tempo parcial e 10 por cento trabalham mais de 40 horas semanais.

    Em relação ao descanso semanal 62 por cento dos trabalhadores descansam dois dias por semana, existindo cerca de 27 por cento que só descansam 1 dia por semana e, sem qualquer tipo de descanso, 1,2 por cento dos trabalhadores.

    De acordo com o CESP, o número médio de trabalhadores por estabelecimento nos centros comerciais é actualmente de 6 pessoas (em 2005 eram 7), que recebem em média 490 euros a tempo inteiro.

    Os trabalhadores que recebem comissão sobre vendas são cerca de 45 por cento, sendo o valor médio praticado os 1,1 por cento.

    Em relação ao subsídio de alimentação, cerca de 91,5 por cento dos inquiridos dizem receber subsídio, cujo montante médio é de 3,30 euros/dia.

    Dos trabalhadores inquiridos e que responderam ao inquérito cerca de 26,5 por cento dizem já ter frequentado acções de formação, mas 73,5 por cento afirmou nunca ter participado em qualquer acção de formação.

    Falando à agência Lusa à margem da apresentação do estudo, Jorge Pinto, do CESP salientou a importância de o Governo actuar nestas matérias para evitar um agravamento "ainda maior" da situação.
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