Autor: Lusa/AO online
O tribunal especial condenou mais sete réus a prisão perpétua por cumplicidade nos ataques na capital financeira indiana, disse o advogado de defesa aos jornalistas.
Os 12 homens foram condenados por homicídio, conspiração e guerra contra o país na sequência dos ataques coordenados que mataram 189 pessoas e feriram mais de 800.
O advogado de defesa Wahab Khan afirmou que todos vão recorrer do veredito.
"Ainda acreditamos que eles foram incriminados e o tribunal baseou-se em confissões e não em provas", disse aos jornalistas no exterior do tribunal.
As bombas foram metidas em panelas de pressão, colocadas em sacos e escondidas sob jornais e chapéus-de-chuva nos comboios.
As sete explosões ocorreram em comboios suburbanos durante a hora de mais movimento ao fim do dia, em 11 de julho de 2006.
"Muitas famílias perderam o seu ganha-pão naquele dia e este julgamento transmite um pouco de conforto", disse Mahendra Pitale, que perdeu a mão esquerda numa das explosões.
Ao todo, a polícia acusou 300 pessoas dos ataques, incluindo 13 cidadãos paquistaneses, que juntamente com quatro suspeitos indianos ainda não foram detidos.
Os procuradores acusaram o movimento extremista Lashkar-e-Taiba, com base no Paquistão, de ter orquestrado os ataques, embora a reivindicação tenha sido feita por um grupo pouco conhecido, o Lashkar-e-Qahhar.
Ao longo de nove anos de julgamento, o tribunal ouviu quase 250 testemunhas.
Os condenados podem recorrer ao tribunal de recurso de Bombaim e ao Supremo Tribunal indiano. Caso os recursos sejam negados podem apelar para o presidente da Índia.
O Supremo Tribunal determinou já que a pena capital só deve ser aplicada em casos "muito excecionais".