Açoriano Oriental
Jornais do Faial e do Pico admitem fechar se o Governo cortar nos apoios à difusão

Os jornais que se publicam nas ilhas do Faial e do Pico admitem vir a despedir funcionários ou até mesmo encerrar as publicações caso o Governo dos Açores mantenha os cortes de 50% nos apoios à difusão.


Jornais do Faial e do Pico admitem fechar se o Governo cortar nos apoios à difusão

Autor: LUSA/Luís Pedro Silva

O alerta foi deixado hoje por Rui Gonçalves, diretor do diário "Incentivo", que se publica na ilha do Faial, no final de uma reunião, realizada na Horta, com o secretário regional da Presidência para os Assuntos Parlamentares, Berto Messias, que tem o pelouro da Comunicação Social.

"Se o Governo não for sensível aos nossos argumentos, não sei quando, nem quantos, mas com certeza estamos a correr o risco de, nas ilhas do Faial e do Pico, concretamente, ficarmos sem jornais", advertiu o jornalista, que se fez acompanhar de representantes de outros quatro semanários que se publicam nas duas ilhas (O Dever, Jornal do Pico, Ilha Maior e Tribuna das Ilhas).

Em causa está um "rateio" de cerca de 50% nos apoios à difusão (portes dos CTT), previsto no novo programa de apoio à comunicação social privada nos Açores (Promédia), aprovado recentemente na Assembleia Legislativa Regional, e que poderá por em causa o futuro das publicações de menor dimensão.

Durante a reunião com o secretário regional da Presidência, os representantes dos jornais do Faial e do Pico, entregaram uma carta a Berto Messias, subscrita também por outros dois diários da ilha de São Miguel (Correio dos Açores e Diários dos Açores), e por um jornal da Terceira (Diário Insular), que contestam igualmente os cortes previstos no Promédia.

O Açoriano Oriental não foi informado da reunião, nem da missiva subscrita pelos referidos jornais. Contudo, o Açoriano Oriental subscreve a preocupação partilhada pelos restantes jornais em relação aos valores do rateio mencionados para o apoio à difusão.

No final da reunião, o governante disse aos jornalistas que o "rateio" já estava previsto no novo diploma de apoio à Comunicação Social e que, portanto, o "processo é transparente", recusando a ideia de que a decisão de aplicar cortes nos apoios, tenha sido "escondida" dos próprios visados.

Confrontado com o eventual cenário de despedimentos na comunicação social privada ou com o encerramento de publicações, por via desta decisão, Berto Messias manifestou a sua convicção de que isso não irá acontecer.

"Eu espero que isso não aconteça, tenho essa convicção, mas também devo dizer o seguinte: é importante que uma empresa, seja ela qual for, não dependa a sua atividade apenas dos apoios públicos que são concedidos", advertiu o governante.

O programa Promédia 2020, que vigora entre 2017 e 2020, prevê apoios ao desenvolvimento digital, ao apoio à difusão informativa, ao acesso à informação para cidadãos com necessidades especiais e à valorização dos profissionais da comunicação social, entre outros.


Notícia actualizada às 19h18


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