Autor: Lusa/AO online
"Não há muitos países que tenham as condições de partida que nós temos e isso é preciso cultivar, incentivar e reforçar. O papel que a Europa tem desempenhado neste domínio é fraco, é muito fraco", afirmou, em declarações aos jornalistas.
Jorge Sampaio almoçou hoje com o primeiro-ministro, António Costa, no restaurante de cozinha síria Mezze, no mercado de Arroios, Lisboa, um projeto da Associação "Pão a Pão", que visa a integração de refugiados do Médio Oriente.
O ex-chefe do Estado, que promove, desde há três anos, uma plataforma para que jovens refugiados sírios possam prosseguir os seus estudos, considerou que é "profundamente correta" a ideia de criação de bolsas de estudo porque permite a ligação entre vários parceiros no caminho de integração das pessoas.
Questionado sobre a possibilidade de Portugal acolher mais refugiados, Jorge Sampaio frisou que o país "tem condições únicas para fazer isso", advertindo que é algo "muito exigente" e implica criar condições para a sua integração na língua, na escola e no emprego.
Jorge Sampaio considerou natural que muitos refugiados que chegam a Portugal queiram sair e procurar outros países, afirmando que esse fenómeno não acontece apenas em Portugal e que demonstra que são necessários programas específicos, com continuidade.
"Não é só aqui que as pessoas regressam à miragem que é a Alemanha, a Suécia e a Dinamarca. Eu naturalmente faria o mesmo se não me dessem os apoios necessários, as pessoas, por exemplo, caem nesta rua e depois?", disse.
Para estar na "linha da frente" e "captar talentos", disse, "há muito trabalho para fazer" no sentido da "capacidade de integrar, de acompanhar, de lhes dar utensílios".
"Não é largar de paraquedas", advertiu.