Açoriano Oriental
Jardim deixa em aberto decisão de assumir lugar de deputado e candidatura a Belém
O presidente demissionário do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, afirmou que ainda não decidiu se assume o lugar de deputado na Assembleia da República nem se é candidato à Presidência da República.
Jardim deixa em aberto decisão de assumir lugar de deputado e candidatura a Belém

Autor: Lusa/AO Online

 

Jardim não excluiu nenhuma destas hipóteses em declarações aos jornalistas, à saída de uma audiência com o Presidente da República, Cavaco Silva, no Palácio de Belém, em Lisboa, que ocorreu a pedido do presidente demissionário do governo regional madeirense.

Na ponderação da decisão de assumir o lugar de deputado à Assembleia da República pesam sobretudo fatores financeiros, dada a dificuldade de "ter duas casas", disse Jardim, enquanto na decisão de uma candidatura a Belém pesa o apoio partidário e a dificuldade de ter igual tratamento na comunicação social sem esse apoio.

Sobre o parlamento nacional disse: "Ainda não sei. Tenho que fazer contas à vida, porque na política não se enriquece ou pelo menos não se devia enriquecer, e ter duas casas não é fácil. Tenho que ver quais são as condições, embora o dever de Estado não deve olhar a meios, mas também não devemos entrar em situações que não conhecemos".

"A decisão não está tomada porque eu não conheço qual é a situação de um deputado da Assembleia da República", acrescentou, considerando que existe atualmente um preconceito quanto ao que os políticos auferem que poderá levar os titulares de cargos políticos a "pedir dinheiro emprestado para viver".

Já quanto a uma candidatura a Belém, Jardim considerou que num "sistema partidocrático não é possível sem o apoio de um partido".

"Não tendo apoio de um partido, uma pessoa que reúna as 7500 assinaturas pode candidatar-se a Belém. Só que é preciso que se tenha as mesmas oportunidades, e não têm sido dadas, apesar das recomendações da Comissão Nacional de Eleições", argumentou, defendendo a necessidade de "igual tratamento pela comunicação social dos candidatos que são apoiados pelos partidos do regime".

Contudo, ressalvou, uma candidatura presidencial pode "ser até uma oportunidade de explicar ao povo português que o sistema político exige uma forte mudança e que estes partidos tradicionalistas deram o que tinham a dar".

"Eu julgo que a campanha para a Presidência da República pode ser para um debate interessante. Mas se pegam nos candidatos que não são candidatos dos partidos e os poem à margem sem poder dizer o que pensam aos portugueses, aí não vale a pena. Só em certas condições é que vale a pena ser candidato à Presidência da República sem o apoio dos partidos", afirmou.

Questionado sobre se participará da campanha eleitoral na Madeira, Jardim respondeu que só no caso lhe ser pedido por Miguel Albuquerque, que ganhou a liderança do PSD na região.

"Se ele me pedir, sim senhor, porque ele é neste momento o meu líder", declarou.

O presidente regional demissionário disse ter pedido a audiência com Cavaco Silva para lhe agradecer "todas as atenções" que dele recebeu e "o apoio que deu ao desenvolvimento integral da Madeira", enquanto chefe de Estado e também quando foi primeiro-ministro.

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