Açoriano Oriental
Investigação criminal na PJ perdeu mais de metade dos efetivos em três anos
A ASFIC/PJ alertou hoje para a diminuição de 2.500 para 1.200 dos investigadores criminais da Polícia Judiciária, nos últimos três anos, sem que, denunciou a estrutura sindical, se tenham colmatado as vagas com novos efetivos.
Investigação criminal na PJ perdeu mais de metade dos efetivos em três anos

Autor: Lusa/AO Online

O presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal da Polícia Judiciária (ASFIC/PJ), Carlos Garcia, sublinhou que "não tem entrado ninguém" na polícia de investigação, nos "últimos três anos", e sustentou que a diminuição de efetivos poderá ter consequências "na atividade da PJ".

"A PJ tinha cerca de 2.500 efetivos na investigação criminal e tem agora 1.200. Já alertámos para a enorme falta de meios humanos na PJ, sobretudo de investigadores, mas tem existido desde 2010 - ainda no anterior Governo -, a impossibilidade de novas contratações", referiu Carlos Garcia à agência Lusa.

O responsável da ASFIC/PJ observou que a situação pode agravar-se, dado que, nos próximos três anos, 42 por cento dos atuais inspetores-chefes e 50 por cento dos atuais coordenadores e coordenadores superiores atingirão a reforma, e terão de ser substituídos.

"Não é por falta de aviso da ASFIC/PJ que a situação poderá inverter-se", notou, referindo que a insuficiência de efetivos na investigação criminal era uma das preocupações que seriam transmitidas na reunião de terça-feira, com a ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz.

O encontro, marcado para a passada sexta-feira, voltou a ser adiado "sine die", porque, acentuou Carlos Garcia, "a ministra não tem nada para nos dar", criticando a tutela por "dar uma atenção surpreendentemente especial à segurança pública".

"Dramático e sintomático do tratamento dado à PJ é, também, sabermos que, mesmo com a entrada de 80 inspetores estagiários - que já não vão ser 80 -, vamos chegar a finais de 2014 com o mesmo efetivo de 1996", sustentou.

Considerando que se vive "na PJ um processo de morte lenta", Carlos Garcia estranhou que o início do curso de admissão de investigadores estagiários "está a demorar tanto tempo a desbloquear", quando o concurso foi aberto em 2010, para 100 vagas, tendo apenas sido aprovados 80 candidatos.

"Q uando o curso começar, já não vão apresentar-se os 80 candidatos aprovados, mas muito menos, pois muitos deles, após um ano de sucessivos adiamentos e expectativas defraudadas, já resolveram a sua vida emigrando ou assegurando outros empregos", afirmou.

Carlos Garcia referiu ainda que a proposta do OE2013 consagra "a possibilidade de abertura de concursos de promoção", no próximo ano, com autorização prévia expressa pelo ministro das Finanças, mas estranhou que não tenha sido contemplado "a valorização dos suplementos de piquete e prevenção".

Lembrou também que a ASFIC/PJ vai definir "um plano de luta" com os associados, admitindo a paralisação ao trabalho extraordinário e a possibilidade de adesão à greve de 14 de novembro, para protestar contra problemas salariais.

PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados