Açoriano Oriental
Intensificação dos ataques fez pelo menos quatro mortos em 24 horas
O exército ucraniano e os separatistas do leste acusaram-se esta terça-feira mutuamente de intensificarem os ataques no leste do país, fazendo pelo menos quatro mortos, a horas do início de novas conversações de paz em Paris.

Autor: Lusa/AO online

 

Nas últimas 24 horas, um soldado ucraniano foi morto e 12 ficaram feridos em 85 ataques dos separatistas a posições das forças governamentais, segundo porta-vozes militares ucranianos.

Segundo os separatistas, pelo menos três civis foram mortos em Donetsk - um nas proximidades do aeroporto, controlado pelos rebeldes desde janeiro, outro em Dokuchaevsk, a 30 quilómetros da cidade, e outro em Spartak, aldeia dos arredores do bastião separatista.

A missão da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) confirmou uma intensificação dos combates em Donetsk durante o fim de semana.

“Em dois dias, a missão (…) observou mais de 500 explosões de disparos de artilharia e de morteiro de dentro para fora e de fora para dentro” de Donetsk.

A OSCE denunciou também um aumento “das violações do cessar-fogo em zonas próximas de Mariupol", grande cidade do leste a 10 quilómetros da frente de batalha controlada pelas autoridades de Kiev.

Apesar da trégua instaurada a 15 de fevereiro, na sequência da assinatura dos acordos de Minsk 2, registou-se um aumento da violência no leste da Ucrânia a partir do início de junho com uma ofensiva separatista contra Mariinka, localidade sob controlo das forças governamentais a cerca de 20 quilómetros de Donetsk.

Os novos incidentes no terreno registam-se a poucas horas de uma reunião em Paris, hoje à tarde, entre os chefes das diplomacias da Rússia, Ucrânia, França e Alemanha, para fazer o ponto da situação sobre a aplicação dos acordos de Minsk.

A última destas reuniões realizou-se em abril, em Berlim.

Em paralelo, os membros do Grupo de Contacto para a Ucrânia - Rússia, a Ucrânia, separatistas pró-russos e OSCE -, reúnem-se também hoje em Minsk.

Os acordos de Minsk preveem, além da trégua, medidas graduais para pôr fim ao conflito, incluindo uma revisão constitucional até ao final de 2015 que reforce a autonomia dos territórios do leste e a organização de eleições nas regiões separatistas que respeitem a legislação ucraniana.

Observadores ouvidos pela agência France Presse admite “alguns progressos” nestas reuniões, mas nenhum avanço significativo.

O conflito no leste da Ucrânia já fez mais de 6.400 mortos desde abril de 2014, segundo a ONU.

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