Açoriano Oriental
Instituto Açoriano de Cultura avalia 30 anos da classificação de Angra pela UNESCO
O Instituto Açoriano de Cultura (IAC) anunciou hoje que vai promover uma "reflexão multidisciplinar" sobre os trinta anos da classificação de Angra do Heroísmo como património mundial da UNESCO, em dezembro de 1983.
Instituto Açoriano de Cultura avalia 30 anos da classificação de Angra pela UNESCO

Autor: Lusa/AO Online

"É com convição do IAC que o 30.º aniversário de classificação pela UNESCO e a obtenção desse estatuto já obriga e merece uma reflexão para perceber esse percurso de 30 anos e tirar algumas conclusões", referiu à Lusa Paulo Raimundo, presidente da direção do IAC.

A iniciativa, intitulada "Vamos discutir a cidade?", decorrerá até ao início de dezembro de 2014 com iniciativas "editoriais" e de "reflexão", explicou.

"A abordagem pretendida tenderá a expandir-se a toda a população interessada, desenvolvendo-se em variados formatos e suportes, numa estratégia multidisciplinar tão abrangente quanto possível", reforçou.

Assim, foram convidados diversas personalidades angrenses, como José Guilherme Reis Leite, Miguel Monjardino ou Nuno Martins, que colaborarão na "organização do conjunto de atividades e na síntese final" das iniciativas, que integrarão a publicação anual do IAC, a Atlântida - Revista de Cultura de 2014.

A primeira reflexão realiza-se a 22 de abril, pelas 20:30, na sede do IAC, em Angra, com a conferência "Radicalidade, Pastiche e Afeto: três modos de olhar a intervenção patrimonial", proferida pelo arquiteto Manuel Graça Dias, criador do ateliê Contemporânea, vencedor, em 1999, com Egas José Vieira, do prémio AICA (Associação Internacional de Críticos de Arte/Ministério da Cultura) e agraciado, em 2006, pela Presidência da República.

O segundo encontro ocorrerá a 10 de maio, pelas 15:00, na Igreja de S. Gonçalo, em Angra, com Maria Manuel Velasquez Ribeiro, investigadora do Museu de Angra do Heroísmo. Estão previstos "ainda outros momentos para debate", a anunciar.

Por outro lado, no âmbito do projeto editorial "Vamos discutir a cidade?", o instituto publicou "Danças de Espada", de José Luís Neto, promovendo ainda a edição dos seguintes títulos: "Açores, cidade e território", de Antonieta Reis Leite; "Casa Santa, Mimosa?: Olhares sobre o Seminário de Angra do Heroísmo", de vários autores; e "Inventário do Património Imóvel dos Açores - Concelho de Angra do Heroísmo".

Paulo Raimundo defende ser necessário uma "intervenção da sociedade" para repensar "uma nova Angra".

"Angra só será um destino atrativo, não só para os estrangeiros como para os turistas nacionais, se for um bom espaço de vida, só quando os angrenses souberem recriar a cidade, sentindo-se bem nela, é que a cidade se torna num local atrativo, por isso, o exercício que propomos é como criar uma cidade nova, não negando o passado", acrescentou.

O Instituto Açoriano de Cultura, associação cultural sem fins lucrativos, foi fundado em 1955 e é a mais antiga colectividade do género nos Açores.

 

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