Açoriano Oriental
Iniciou-se semana de homenagem a vítimas de ataques de janeiro de 2015
As autoridades francesas iniciaram hoje uma semana de homenagens às 17 vítimas dos atentados de janeiro de 2015 em Paris, reavivando preocupações com as falhas nos serviços de segurança e inteligência face ao terrorismo "jihadista".
Iniciou-se semana de homenagem a vítimas de ataques de janeiro de 2015

Autor: Lusa/AO Online

Um ano após a primeira onda de ataques, que matou funcionários da publicação satírica Charlie Hebdo, outros civis e polícias, o Presidente francês, François Hollande, deslocou-se aos locais dos atentados.

Nas instalações do semanário satírico, atacadas a 07 de janeiro, Hollande descerrou uma placa onde se lê "em memória das vítimas do ataque terrorista contra a liberdade de expressão".

Acompanhado pela presidente da câmara de Paris, Anne Hidalgo, e pelo primeiro-ministro, Manuel Valls, Hollande descerrou outra placa numa avenida próxima, onde o agente da polícia Ahmed Merabet foi morto a tiro pelos irmãos Saïd e Chérif Kouachi.

O chefe de Estado francês repetiu o gesto frente a um Hiper Cacher onde outro atentado, cometido por Amédy Coulibaly a 09 de janeiro, causou a morte a quatro pessoas.

Amédy Coulibaly matara também, na véspera, dia 08, um polícia em Montrouge, no sul de Paris, devendo uma placa em memória do agente ser descerrada sábado pelo Presidente de França.

Com a deposição de flores e alguns minutos de silêncio, as cerimónias de hoje tiveram a participação de familiares das vítimas.

A passagem de um ano sobre os atentados está também a reavivar preocupações com a segurança do país, tendo a Associação Francesa de Vítimas do Terrorismo considerado que ainda não existe uma "estratégia real do Estado" na luta contra o terrorismo islâmico.

Também vários trabalhos jornalísticos difundidos esta semana em canais franceses abordam a forma como os 'jihadistas' foram capazes de passar entre as malhas da segurança quando já eram conhecidos como radicais.

No âmbito das investigações aos atentados, foi tornado público que as escutas aos irmãos Kouachi tinham sido abandonadas por falta de resultados e que Amédy Coulibaly era considerado um criminoso comum, tendo um funcionário da Direcção-Geral de Segurança Interna, a coberto do anonimato, admitido: "Sim, passámos ao lado".

François Hollande fará, quinta-feira, um discurso dedicado às forças de segurança em locais públicos e sensíveis, terminando as homenagens domingo na Praça da República, o coração de Paris, com uma iniciativa dedicada a todas as vítimas dos ataques em França.

Na presença prevista de cinquenta líderes estrangeiros, um carvalho com 10 metros de altura - a "Árvore da Memória" - será ali plantado e o músico Johnny Hallyday interpretará o tema "Un dimanche de janvier", para lembrar a mobilização de quase quatro milhões de franceses a 11 de janeiro de 2015, em Paris, no âmbito de marchas contra o terrorismo.

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